Jerónimo de Sousa diz que Conselho de Estado vai “validar pacto de agressão”

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Jerónimo de Sousa disse que alguns responsáveis europeus são "cavaleiros do apocalipse" Nuno Ferreira Santos/Arquivo

"Com aquela ordem de trabalhos, vai ser para validar o prolongamento do pacto de agressão. O Presidente não se preocupa com a situação actual. Está a pensar em Junho do ano que vem. É a perspectiva do amarramento à União Económica e Monetária. O Presidente gostaria de, depois do pacto, continuar a agressão, tendo em conta as medidas draconianas da União Europeia", disse Jerónimo de Sousa.

À margem de uma reunião com a Federação Nacional da Associação de Feirantes, na sede comunista da Soeiro Pereira Gomes, em Lisboa, o líder comunista criticou ainda o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), apresentado hoje em Paris, com a presença do primeiro-ministro, Passos Coelho.

"O que esse relatório, encomendado pelo Governo, diz é que o Governo pode continuar a sua política de agressão, de austeridade, de sacrifícios para os portugueses. Foi pouco avisado, por parte de alguns, agarrarem-se à preocupação [com despedimentos na função pública], esquecendo o essencial que é o estímulo a esta política desgraçada que temos neste momento", condenou.

A convocatória do órgão consultivo a Belém, por parte de Cavaco Silva, surgira um dia após o Executivo da maioria PSD/CDS-PP aprovar a polémica medida da contribuição de sustentabilidade do sistema de pensões, também chamada de "TSU [Taxa Social Única] dos pensionistas", com a qual os democratas-cristãos se mostrarem em desacordo.

"Mais uma tentativa de roubo, de saque, a quem trabalhou, descontou e criou um contrato de confiança com o Estado. Depois daquela encenação, da farsa, por parte do ministro Paulo Portas, agora acabou por ir ao sítio. No fundo, O CDS, tal como o PSD, o que querem é continuar esta política, este pacto de agressão", acusou Jerónimo de Sousa.