Grandes marcas de roupa vão financiar segurança em fábricas no Bangladesh
A Inditext espanhola, a H&M sueca e a C&A holandesa pediram a outros grandes retalhistas que deixem de trabalhar com quem não siga medidas básicas de segurança.
A Inditext, a H&M e a C&A pediram a outros grandes retalhistas que deixem de trabalhar com quem não siga medidas básicas de segurança, escreve o The New York Times, três semanas após o colapso do edifício Rana Plaza, em Daca, onde morreram mais de 1100 pessoas.
"Esperamos que haja uma ampla participação para que o acordo seja eficaz no terreno", lê-se num comunicado da H&M, a empresa que mais roupa compra ao país asiático, citado pelo El País. A Tesco e a Primark já se juntaram também a este acordo, promovido pelo sindicato internacional IndustriALL e por uma rede de organizações não governamentais, adianta o The New York Times.
Nos termos do acordo, realizar-se-ão inspecções de segurança às fábricas de forma independente, com os resultados a serem tornados públicos. As reparações necessárias terão carácter obrigatório, para que as fábricas possam continuar a trabalhar com estas grandes marcas internacionais. O acordo será posto em prática através de um contrato com valor legal, adianta o jornal norte-americano.
Houve uma campanha de recolha de assinaturas online para que os grandes retalhistas de vestuário agissem para melhorar as condições de trabalho no Bangladesh, que recolheu mais de 900 mil assinaturas até agora, adianta o mesmo jornal.
Terminadas as operações de resgate no Rana Plaza, e depois de vários protestos de trabalhadores e de apelos de países de todo o mundo para a melhoria das condições laborais, o Governo do Bangladesh decidiu aumentar o salário mínimo dos trabalhadores da indústria têxtil.
O executivo anunciou que irá reunir uma comissão de representantes das fábricas, líderes sindicais e elementos governamentais, para decidir as novas condições laborais dos trabalhadores. Uma promessa que tinha sido feita pela primeira-ministra do país poucos dias após a tragédia.
Segundo o porta-voz do ministério responsável pelo sector têxtil do país, Tarek Zahirul, citado pelas agências noticiosas internacionais, "a comissão terá três meses para deliberar sobre estas condições, mas o aumento do salário mínimo entrará em vigor com efeito retroactivo desde 1 de Maio".