Eleições no Paquistão marcadas por dois ataques bombistas
Pelo menos 11 pessoas morreram e 31 ficaram feridas em Karachi e Peshawar.
O primeiro atentado, em Karachi, foi reivindicado pelos rebeldes islamistas talibans que se opuseram às eleições, consideradas cruciais para a consolidação da democracia naquele país. O ataque tinha como alvo um candidato local e fez pelo menos 11 mortos, entre os quais uma criança de cerca de três anos, e 23 feridos, segundo a AFP, que estava no local, e uma fonte hospitalar. O atentado ocorreu cerca das 10h00 (mais cinco do que em Portugal continental), ou seja, duas horas depois da abertura das secções de voto.
O ataque visava o candidato do Partido Nacional Awami (ANP), que circulava numa viatura, mas a explosão apanhou outro candidato, Amanullah Mehsud que transitava entre a secção de voto e a sede do seu partido. Um dos seus seguranças foi morto, informa a polícia.
Em Peshawar, pelo menos oito pessoas ficaram feridas na explosão de uma bomba, revelou um responsável do hospital de Lady Reading, na cidade. A bomba foi colocada numa secção de votos só para mulheres e entre os feridos estão também polícias, informou um responsável da polícia local.
As urnas, cerca de 70 mil secções de voto, abriram às oito da manhã e encerrarão às cinco da tarde. Mais de 86 milhões de paquistaneses são convidados a votar para escolher os 342 deputados à Assembleia Nacional e os representantes às quatro assembleias das províncias. O partido mais votado será convidado a formar governo.
Até ao meio dia, a participação foi cerca de 30%, disse a comissão eleitoral, que espera duplicar essa percentagem até ao encerramento do acto eleitoral. O nível de "participação é muito encorajador. Nós acreditamos que é agora de 30% e espera-se uma taxa final de quase 60% ", disseKhurshid Alam, um alto funcionário da comissão eleitoral à AFP. Nas últimas eleições gerais, em 2008, a taxa de participação foi de 44%.
Estas eleições são consideradas históricas porque vão permitir que o actual Governo termine o seu mandato de cinco anos, o primeiro caso desde que o país foi criado em 1947, e que faça a transição para um novo Executivo. Os talibans consideram que estas eleições "não são islâmicas", que são organizadas por "infiéis" e, por isso, os atentados marcaram o tempo de campanha e, agora, o dia das eleições.
Notícia actualizada às 10h51: acrescentada informação sobre participação eleitoral.