Para o realizador suíço de ascendência portuguesa, Après la Nuit representa um regresso, mas em novo formato. No ano passado, Basil da Cunha, 27 anos, levou a esta secção paralela do festival a curta Os vivos também choram. Filme que acompanha a jornada de um português (José Pedro Gomes) que sonha agarrar nas suas poupanças e emigrar para a Suécia, valeu-lhe uma menção honrosa na Quinzena de 2012 (e recebeu ainda, entre outros, o prémio RTP Onda Curta, o do Festival de Curtas de Vila do Conde e foi ainda distinguido pelo festival de Bucareste). Em 2011, Basil da Cunha mostrara Nuvem na mesma secção.

Para João Nicolau, Cannes também não é um palco estranho. Rapace (2006) e Canção de Amor e Saúde (2009) já foram exibidas na Quinzena. Agora, escolheu como protagonista um rapaz de dez anos. É a partir do pequeno Rui, que se apaixona por uma amiga (Tânia) na colónia de férias, e de uma série de elementos fantásticos que o rodeiam que Gambozinos aborda temas eternos como o poder da imaginação e o enamoramento. É que, no final, Rui acaba por conquistá-la com a ajuda do seu monitor e de uma canção, e Tânia dança com ele.

João Nicolau, que se estreou na longa-metragem em 2010 com A Espada e a Rosa, estreada na secção Horizontes do Festival de Veneza, foi já premiado pelas duas curtas que levou a Cannes. Rapace e Canção de Amor e Saúde foram programadas em festivais pelo mundo fora: segundo a produtora O Som e a Fúria, a primeira foi distinguida em nove festivais, com destaque para o de Belfort e o do Rio de Janeiro; a segunda  em Milão e Vila do Conde, entre outros.

Na lista das longas-metragens a concurso na Quinzena deste ano há, entre os 21 títulos, o novo filme de Marcel Ophuls, <i>Le Voyageur</i>. Oito desses títulos são candidatos à Câmara de Ouro. Nas curtas, João Nicolau tem oito rivais e um deles fala português - André Novais de Oliveira, um brasileiro de Minas Gerais, vai mostrar Pouco mais de um mês.