Regra de Silêncio

É um pouco mais vivo do que tem sido a norma de Redford, e as presenças graves de veteranos (Redford ele mesmo, Sarandon, Nolte, Julie Christie) não caiem em saco roto neste filme sobre gente “com passado”, um passado agarrado aos tornozelos como uma bola de ferro. Ao mesmo tempo, é desapontante que o filme se enrodilhe no seu moralismo (que também é como uma bola de ferro), e não saiba resolver-se sem arrumar “inocentes” dum lado e “culpados” do outro, recusando-se a dar expressão à terrível “zona cinzenta” entre uma coisa e outra - que devia ser o objecto do filme (e da aprendizagem do jornalista de Shia LaBoeuf, com o seu pragmatismo juvenil um pouco tolo). Por razões geracionais e outras, Redford é hoje um contraponto “liberal” para o “conservadorismo” de Eastwood; mas Eastwood conseguiria ser ao mesmo tempo mais severo e menos sentencioso, mergulhando em cheio no “cinzento”: “inocentes de quê?”, como se dizia no “Imperdoável”, “culpados de quê?”.

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