A mais pequena biblioteca pública do país mora numa cabine telefónica

Cabine telefónica à inglesa dá lugar a micro-biblioteca em Barcelinhos. Projecto resulta de parceria entre a Junta de Barcelinhos, a Câmara de Barcelos e a Fundação PT. Fundação Calouste Gulbenkian também deu uma ajuda.

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Zona envolvente foi recuperada DR

A criação deste equipamento cultural decorre do programa Livros do Cávado,  uma parceria pioneira entre a Junta de Freguesia de Barcelinhos, a Câmara de Barcelos e a Fundação PT. Segundo o presidente da junta, José Peixoto, a ideia é “dinamizar a zona ribeirinha” da freguesia, “complementar a biblioteca da junta” e “incentivar a leitura”. “Deve ser uma montra da nossa biblioteca interior”, acrescentou.

A ideia de converter a cabine, de estilo inglês, para este efeito partiu da junta de freguesia, mas foi a Fundação PT que se encarregou de restaurar “por completo” a réplica londrina,e de a transportar de Lisboa para Barcelinhos. “Sem essa ajuda seria impossível”, disse  José Peixoto. A Fundação Calouste Gulbenkian também contribuiu, atribuindo um subsídio de 300 euros para a aquisição de publicações. Os munícipes e fregueses também podem ajudar, doando livros à micro-biblioteca. “Já está criada uma base de dados para registar todos os livros recolhidos”, acrescentou o autarca.

O número necessariamente limitado, por uma questão de espaço, de revistas, livros e jornais do dia em exposição nas prateleiras da pequena cabine não significa que os utentes rapidamente descubram que aqui já não têm nada de novo para ler. As obras disponíveis serão periodicamente renovadas com recurso aos cerca de dois mil livros do catálogo da biblioteca da junta, em rotatividade. Ainda assim, cabe de tudo um pouco na cabine, “desde a poesia a publicações científicas”, e os idiomas também serão diversos, uma vez que Barcelinhos é um ponto de passagem dos Caminhos de Santiago.

José Peixoto garante que a reacção da população tem sido “excelente” e, apesar de não haver ainda números actualizados, todos têm desfrutado da micro-biblioteca. “Os caminheiros de Santiago, quando chegam de Macieira de Rates, sentam-se nas mesas de pedra a apreciar a paisagem”, tornando o momento propício à leitura, conta o presidente da junta. Com vista para o rio, para a ponte medieval, e para o castelo romano, este é um local de referência a nível paisagístico e, por isso, toda a zona envolvente foi recuperada.

O autarca adiantou ainda que os habitantes da freguesia “vão poder levar os livros para casa” até durante uma semana. “Tudo de forma gratuita”, salientou. A tomar conta da cabine, que estará aberta das 9h ao meio-dia e das 14h às 17h30, vão estar funcionários da junta. Mas à distância, que nesta biblioteca não há espaço que chegue para "bibliotecários": brevemente, a cabine vai dispor de uma campainha que soará na vizinha biblioteca da junta.

 

 

 

 
 

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