Porque não fazer uma residência artística numa zona rural?

Jovens criativos uniram-se numa residência artística, nas Terras de Geraz, com o objectivo de produzir trabalho individual e valorizar o potencial criativo dos territórios rurais

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Linhagem é um dos projectos em desenvolvimento Gerarte

O que pode fazer um grupo de jovens criativos em situação de desemprego ou de trabalho precário? Muita coisa. Uma delas é unir-se numa residência artística e, assim, arranjar uma forma de produzir trabalho individual e valorizar o potencial criativo dos territórios rurais. Foi exactamente o que aconteceu nas Terras de Geraz, em Viana do Castelo.

Um grupo de jovens de várias partes do país iniciou uma residência artística, a 23 de Março, que será encerrada a 7 de Abril com uma apresentação dos trabalhos desenvolvidos numa exposição.

Durante nove meses, quatro freguesias de Viana do Castelo — Santa Maria, Santa Leocádia, Moreira e Deão — receberam 10 jovens, do projecto “Geraz com Querença”, em estágio de fim de curso. A estes associaram-se mais cinco criativos, da iniciativa “Gerarte — Residência Artística”.

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De acordo com Hugo Fernandes, um dos criativos da iniciativa, a  “Gerarte” nasce “da vontade de potenciar os conteúdos culturais, históricos, patrimoniais, tradicionais e sociais, que são subvalorizados nos territórios rurais”.

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A equipa tem como sede de trabalho o Núcleo de Interpretação do Rio Lima Gerarte

A memória como tema 

Com base no tema a “Memória”, as ideias dos projectos criativos a desenvolver pela equipa abrangem áreas como a fotografia, vídeo documentário, instalação, design gráfico, ilustração e performance.

A equipa tem como sede de trabalho o Núcleo de Interpretação do Rio Lima. Vai apresentar os seus primeiros resultados, bem como as várias actividades paralelas, no Centro Histórico da Passagem, em Moreira de Geraz do Lima, aquando da Feira da Natureza e do Desporto. O evento é organizada pela “Geraz com Querença” a 7 de Abril.

Com áreas de formação que englobam as Artes Plásticas, Design, Agronomia, Biotecnologia, Turismo e Desporto, esta equipa de jovens criativos não dispõe de qualquer tipo de financiamento. O grupo de jovens “trabalha, sobretudo, com os escassos recursos financeiros que cada elemento dispõe”, disse Hugo ao P3. "É, essencialmente, um investimento pessoal de cada um” para enfrentar “a situação socio-económica em que o país se encontra”, acrescenta.

Além de contar com a co-produção do projecto “Geraz com Querença”, a “Gerarte” conta ainda com o apoio da Associação Juvenil de Deão, com o apoio logístico e pessoal da comunidade das Terras de Geraz e com a participação especial do artista plástico Mário Rocha, responsável pela Arte na Leira.

Para o Hugo “esta residência é uma forma de amadurecer um projecto, que poderá ser implementado em outros territórios rurais com esta equipa de trabalho e possíveis associados”. Como planos futuros está ainda a possibilidade de realizar uma segunda fase do projecto no final do Verão, nas Terras de Geraz.

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