EUA não vêem acções a acompanhar a retórica da Coreia do Norte
Pyongyang nomeia novo primeiro-ministro e aprova decreto a dar mais peso às actividades nucleares na defesa.
Na sessão plenária anual, a Assembleia Nacional do Povo da Coreia do Norte aprovou “por unanimidade uma ordem” que define um maior peso do programa nuclear nas políticas de defesa. Isto dias depois de Pyongyang ter anunciado a anulação do armistício com a Coreia do Sul, dizendo ter entrado em “estado de guerra”.
No decreto aprovado pelo Parlamento lê-se que as armas nucleares são “meios de defesa” e têm como objectivo “impor golpes retaliatórios mortíferos às fortificações da agressão”. No domingo, numa reunião do comité central do partido único, presidida por Kim Jong-un, a bomba atómica foi descrita como “a vida da nação”.
Esta segunda-feira foi também o dia em que o país de Kim Jong-un nomeou um novo primeiro-ministro, Pak Pong-ju, um perito económico de 74 anos que tinha sido afastado do mesmo posto em 2007.
Horas antes da reunião plenária em Pyongyang já Seul tinha prometido uma “resposta violenta e imediata”, com o apoio dos EUA, em caso de “provocação” vinda do Norte.
Irritados com as sanções que a ONU aprovou depois do seu teste nuclear de Fevereiro e com os exercícios militares anuais conjuntos de sul-coreanos e norte-americanos, o regime norte-coreano tem repetido avisos de ataques contra alvos da Coreia do Sul e dos EUA.
Em Washington, o porta-voz do Presidente Barack Obama afirmou que “apesar da retórica dura que ouvimos de Pyongyang, não assistimos a mudanças na postura militar da Coreia do Norte, tais como uma mobilização em larga escala ou um posicionamento de forças”. “Não vemos acções que apoiem esta retórica”, insistiu Jay Carney.
Washington tem respondido com alguma exibição de forças na região, mais ou menos prevista no decorrer dos habituais exercícios com o aliado do Sul. Domingo, desfilaram bombardeiros B-52 e B-2; segunda-feira, os EUA anunciaram o envio de caças furtivos F-22.