Moscovo critica "roubo" do plano de resgate europeu

Primeiro-ministro Medvedev critica medid,a referindo-se a "pilhagem dos despojos" e dizendo que é preciso perceber quais as implicações.

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Medvedev disse que era preciso "perceber as consequências" do plano de resgate a Chipre Ekaterina Shtukina/Reuters

“O roubo do que já foi roubado continua”, terá dito o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, citado pelas agências noticiosas, num encontro com responsáveis do Governo. Muitas das contas milionárias em Chipre são de dinheiro russo. “Na minha opinião, estão a continuar a pilhar os despojos, portanto será necessário perceber toda a história, e quais as implicações para o sistema financeiro e monetário internacional”, disse Medvedev, na primeira resposta oficial russa ao plano europeu.

Falando depois do encontro, o primeiro vice-primeiro-ministro Igor Shuvalov disse que ainda não eram claras as perdas dos investidores russos em Chipre. “O que se está a passar é um bom sinal para os que planeiam movimentar o seu capital para bancos russos”, disse. “Temos bancos muito estáveis.”

Acredita-se que a maior parte dos 19 mil milhões de euros de cidadãos de fora da União Europeia (UE) registados no ano passado seja de russos. De 38 mil milhões de euros em depósitos bancários, 13 mil milhões vieram de fora da UE.

Por sua vez, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou ao Governo do seu país que estude as possibilidades de reestruturação de um empréstimo anteriormente feito a Chipre, anunciou o porta-voz do Kremlin. “Tendo em conta as decisões tomadas pelo Eurogrupo, Putin considera possível apoiar os esforços do Presidente de Chipre e da Comissão Europeia, que visam superar a crise na economia e no sistema financeiro e bancário desses país”, acrescentou. “Putin ordenou ao Governo e ao ministro das Finanças que elabore com os parceiros as condições de reestruturação do crédito anteriormente cedido a Chipre”, concluiu.

Moscovo emprestou 2,5 mil milhões de euros a Chipre.
 

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