Gaspar: prioridade é "contribuir para o crescimento"
Em texto publicado na página Internet do ministério das Finanças alemão, Gaspar traça uma retrospectiva da evolução da economia portuguesa desde a entrada do país na União Europeia até à actual fase do ajustamento português.
"Apenas o investimento produtivo vai permitir a recuperação económica e, posteriormente, a criação de emprego. Estas são as bases para o crescimento sustentável e um ajustamento bem-sucedido na zona euro", escreve o governante em texto, realça, escrito durante a sétima avaliação da troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional)."No geral", nota Gaspar, "é agora claro que Portugal não adaptou as suas instituições para as exigências da participação na zona euro", o que tornou "urgente e obrigatório" o pedido de resgate financeiro de 2011.
"Em Abril de 2011, o pedido de assistência financeira internacional foi inevitável. Desta vez, o ajuste não foi só urgente - era obrigatório", considera.
O ministro volta a demonstrar preocupação com os custos sociais do ajustamento da economia portuguesa, nomeadamente ao nível do desemprego e do constante crescimento da taxa de pessoas sem emprego.
"Em Portugal, o ajuste trouxe um custo social elevado. Isso é claro no aumento da taxa de desemprego, muito acima das previsões iniciais", relembra.
"O desemprego é a preocupação mais premente em Portugal. As repercussões sociais e económicas são dramáticas. Assim, a principal prioridade nesta nova etapa do programa de ajustamento económico é criar condições para o investimento privado contribuir para o crescimento", assinala ainda o titular da pasta das Finanças.
Os resultados da sétima avaliação da troika foram apresentados na passada sexta-feira pelo ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar.
Nessa ocasião, o Governo reviu novamente as metas para o défice orçamental deste ano, passando a nova meta do défice para os 5,5% do PIB, superior ao objectivo para 2012.
O Executivo reviu também em baixa a sua projecção para a economia portuguesa, prevendo agora que a recessão seja de 2,3% do PIB este ano e não de 1% do PIB.
Por outro lado, o ministro das Finanças reviu em alta a taxa de desemprego para este ano de 16,4% para 18,2%.