Polícia italiana acusa Bulgari de fraude fiscal e apreende activos avaliados em 46 milhões
Paolo e Nicola Bulgari, presidente e vice-presidente da marca de luxo, suspeitos de entregarem declarações de vencimentos fraudulentas
A polícia italiana informou, quinta-feira, que confiscou cerca de 46 milhões de euros em bens imobiliários (como a emblemática loja da Via Condotti de Roma, inaugurada em 1905), activos financeiros e outros investimentos pertencentes a várias sociedades do grupo. Os netos do fundador da empresa, Paolo Bulgari e Nicola Bulgari (presidente e vice-presidente da empresa, respectivamente, desde 1984), o sobrinho Francesco Trapani (ex-presidente executivo) e o advogado Maurizio Valentini estão a ser investigados pela alegada burla, avaliada em três mil milhões de euros e por terem, alegadamente, feito declarações de vencimentos fraudulentas desde 2006.
Em comunicado citado por várias agências noticiosas, a polícia fiscal italiana informou ainda que a casa Bulgari não pagou “o imposto regional de quase dois mil milhões de euros”.
As autoridades, que baptizaram a operação de “Escape Strategy”, acusam Paolo Bulgari, Nicola Bulgari, Francesco Trapani e Maurizio Valentini de terem burlado o fisco recorrendo a empresas fictícias na Irlanda, Suíça e Holanda, onde existe um regime fiscal mais favorável em termos de dividendos e transacções. Contudo, a joalheira, fundada em 1884 em Roma, afirma que as empresas em questão não são fictícias, mas desempenham “um papel estratégico indiscutível, empregando cerca de 300 funcionários de diversos perfis”. Em Outubro de 2011 a Bulgari foi alvo de uma aquisição amigável por parte da marca de luxo francesa LVMH (Louis Vuitton- Moët Hennessy), que pagou 3700 milhões de euros pela empresa italiana.