A escolha do Papa numa app perto de si
Esperar em frente à TV para ver se há decisão no conclave que vai escolher o sucessor de Bento XVI é coisa do século passado. A votação secreta da Capela Sistina é cada vez mais mobile. Há dezenas de aplicações móveis dedicadas ao tema.
Se a pesquisa na App Store da Apple for feita por conclave, os resultados são mais modestos em número (12). E tanto num caso como no outro, nem todas as aplicações disponíveis estão efectivamente relacionadas com a eleição de um novo Papa.
Mas não é por falta de oferta que alguém será impedido de saber na hora que há fumo branco no Vaticano. Pode-se começar por citar apps em português. Por exemplo, a app "Papa 2013 - Fumo branco & sinos das igrejas", custa 0,89 euros e foi lançada na segunda-feira na App Store da Apple. Também pode pesquisar apps para Android, que oferece algumas alternativas.
Mas não recomendamos esta app: para começar, o conteúdo é afinal em inglês e, além de curiosidades, sons de sinos e chamas que se podem acender ou apagar numa chaminé minúscula por cima da Capela Sistina, esta app pouco ou nada tem para oferecer.
Uma opção que integra vídeo, notícias, informações, dicas e, claro, integração com as principais redes sociais como o Facebook e o Twitter é a app "Conclave". Está disponível tanto para iPhone como para Android. Não tem, ao contrário do que seria desejável, uma forma de notificar de imediato que a escolha do novo Papa está consumada, mas para quem gosta de ser exaustivo oferece por exemplo pequenas biografias dos 115 cardeais eleitores. Esta aplicação é gratuita.
Igualmente gratuita é a The Pope App, disponível para iOSe para Android. Foi lançada a 4 de Março deste ano, tem a vantagem de incluir o português, integrando imagens ao vivo fornecidas por webcam. Vale bem o esforço de a procurar e descarregar. Outras hipóteses: iConclave, Pope Election 2013, Vatican.va. Deixem as vossas sugestões e críticas na caixa de comentários.
Há opções para muitos gostos, pagas e gratuitas, com notícias ou sem notícias. Isto, obviamente, além das aplicações móveis da imprensa mundial e das televisões, que não fecharam os olhos a este importante mercado de consumidores de informação. Em Portugal, a venda de smartphones e tablets – que recorrem às apps – vai ultrapassar os 500 milhões de euros; em termos mundiais, os smartphones vão ultrapassar este ano, segundo as estimativas, os telemóveis convencionais.
Nos EUA, o segundo maior mercado após a China – onde pontificam os aparelhos de preço mais baixo equipados com Android – o consumo de notícias em suportes mobile continua em crescendo: a maioria (66%) dos proprietários destes equipamentos tem por hábito ler, ver ou ouvir notícias em smartphones ou tablets, dizia o Pew Research Center, no fim do ano passado.
Apesar de muitos utilizadores preferirem a navegação por browser em detrimento das apps, não se estranha que, neste contexto, um assunto que interessa directamente a pelo menos a 1200 milhões de fiéis católicos e indirectamente a muitos mais habitantes do planeta tenha criado uma corrida desenfreada de programadores, profissionais e amadores, no desenho e concepção de aplicações dedicadas à eleição do sucessor de Bento XVI.
Quem não tem smartphone, mas tem acesso à Internet – coisa que os 115 cardeais do conclave não terão, para impedir contacto com o exterior, como mandam as regras – pode desviar atenções através dos sites pope-u-lator e adopt a cardinal. Nem um nem outro dão informações ou permite ficar a par do que se passa no Vaticano. No primeiro caso, o pope-u-lator é uma espécie de quiz que permite chegar a eventuais escolhidos; no segundo, trata-se de "adoptar" um dos possíveis escolhidos – e até à hora da publicação desta notícia já quase 490 mil pessoas tinham "adoptado" um.
Nos EUA foi criado ainda um alerta para quando a decisão tiver sido tomada. O serviço prestado pelo site PopeAlarm garante o envio de uma mensagem escrita para telemóveis (só nos EUA) e/ou de um email (todo o mundo), quando houver novidades em relação ao novo líder da Igreja Católica.