George Lucas já convidou Harrison Ford, Hamill e Fisher para o novo Guerra das Estrelas

Quando o Rato Mickey comprou R2D2, George Lucas já tinha acordo com Mark Hamill, Carrie Fisher e Harrison Ford para o sétimo episódio da saga espacial

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A confirmação da participação dos três actores pode indicar qual o caminho do argumento do novo filme DR

“Como disse Yoda [o poderoso mestre Jedi da profícua saga Guerra das Estrelas criada por Lucas e que fala de forma peculiar], ‘sempre em movimento está o futuro’”, cita um porta-voz da produtora LucasFilm, cuja compra pela Disney foi anunciada a 30 de Outubro de 2012. “O George não pode dizer se eles já assinaram [contrato para participar no Episódio VII] e nós também não.” Mas George Lucas di-lo num contexto: os planos para terminar aquela que sempre foi a ideia para Guerra das Estrelas, os seus nove episódios, começaram a desenhar-se ainda sem a Disney, já com contactos feitos com Mark Hamill, Harrison Ford e Carrie Fisher.

As declarações da produtora fundada por Lucas na década de 1970 e que detém os direitos de Guerra das Estrelas, Indiana Jones e outros títulos da autoria do realizador de American Graffiti surgem na sequência das declarações de Lucas à Business Week, que na semana passada publicou a história do negócio entre os dois gigantes do fantástico norte-americano. A palavra a George Lucas: “Já tínhamos assinado com Mark e Carrie e Harrison – ou estávamos basicamente nas últimas etapas da negociação. Por isso [quando chegou a acordo com a Disney para a aquisição da LucasFilm] telefonei-lhes para dizer ‘Isto é o que se está a passar’. Talvez não seja suposto dizer isto. Acho que eles querem anunciar isto com grande pompa, mas estávamos a negociar com eles. Não digo se as negociações foram ou não bem sucedidas”.

Qualquer um dos actores já falou publicamente sobre a disponibilidade e acordo para voltarem à galáxia muito, muito distante em que há muito, muito tempo os Jedi se defrontam com os Sith numa luta pelo poder entre uma República que se torna num Império Galáctico e na Aliança Rebelde que o destrona. Mas a confirmação oficial nunca chegou.

A especulação, cada vez mais dando como certa a participação de Luke e Leia Skywalker e de Han Solo (Hamill, Fisher e Ford, respectivamente) no próximo filme, realizado por J.J. Abrams e com argumento de Michael Arndt a partir das histórias de Lucas, gira agora em torno de qual será a fase da história em que o cinema voltará a apanhar os Skywalker (ou seus gémeos descendentes, quem sabe). Mas uma história com contornos mais definidos é a da compra de R2D2 pelo Rato Mickey.

Um negócio nas estrelas

Bob Iger é o presidente e CEO da Disney. Nos anos 1990, quando presidia à cadeia televisiva generalista americana ABC, deu luz verde a Lucas para a série As Aventuras do Jovem Indiana Jones. Iger sabia que há lucro a fazer na aposta em personagens duradouras e que se tornem familiares do público. Daí o pequeno império de fantasia construído no interior do castelo Disney - primeiro com a aquisição da Pixar (fundada por Lucas e vendida a Steve Jobs) em 2006 por 7,4 mil milhões de dólares e, depois, com a compra em 2009 e por 4 mil milhões da Marvel – cujo mais recente filme, Os Vingadores, foi o mais visto de 2012 e é o terceiro mais visto da história do cinema. Até Outubro, estas eram as mais brilhantes jóias da coroa de Mickey.

Mas havia Guerra das Estrelas (1977) , O Império Contra-Ataca (1980), O Regresso de Jedi (1983), A Ameaça Fantasma (1999), O Ataque dos Clones (2002) e A Vingança dos Sith (2005), um filão de receitas e merchandising que ainda escapava ao império Disney. A LucasFilm era um objecto de desejo evidente numa altura em que o seu detentor estava prisioneiro da sua criação, qual dr. Frankenstein esmagado pelo monstro da crítica da Internet à sua segunda e muito digital trilogia Guerra das Estrelas. As prequelas foram duramente criticadas por muitos gladiadores das vastas legiões de fãs. “Antes da Internet estava tudo bem. Mas agora, com a Internet, tornou-se muito e muito pessoal. [Chega um momento em que] dizemos ‘Para que é que preciso disto?’”, diz Lucas à Business Week.

A sua produtora era há muito uma propriedade solidificada por anos de culto dos fãs das sagas Guerra das Estrelas e Indiana Jones. Mas os seus alicerces assentam sobretudo na mestria de Lucas, que em 1972 contratualizou com a Fox, o estúdio que acolheu o seu pequeno projecto de ficção científica rejeitado por outros estúdios de Hollywood, receber pouco pela realização do seu argumento sobre a família Skywalker mas ficar com os direitos das sequelas, do universo que criou (o que permitiu criar videojogos, séries de TV ou atracções em parques de diversões) e do merchandising associado. Os primeiros três filmes (os Episódios IV, V e VI) renderam 1,3 mil milhões de euros. E a segunda trilogia, que na verdade é um conjunto de prequelas (os Episódios I, II e III), representou 1,9 mil milhões de euros de receitas. E dentro da LucasFilm há ainda a produtora de efeitos especiais ILM e a Skywalker Sound.

A primeira abordagem aconteceu em 2011, segundo a Bloomberg, Lucas ainda não estava interessado mas mostrou-se aberto à possibilidade. Em Junho de 2012, já com o plano de se reformar, encontrada a sua sucessora - a amiga, braço direito e produtora de Spielberg Kathleen Kennedy - e com o objectivo de completar os nove episódios com bastante controlo criativo, telefonou a Iger e as negociações começaram. O anúncio oficial foi a 30 de Outubro e o negócio ficou fechado em Dezembro, já com o anúncio de um novo filme para 2015. E o resto será história e mais títulos associados ao universo Guerra das Estrelas, que já é um colosso de filmes, comics, romances e séries de animação. 

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