Marcelo: Passos “arranjou um berbicacho” com o salário mínimo
O antigo líder abordou também o prefácio de Cavaco Silva, afirmando que não disse nada de novo.
No seu habitual comentário de domingo na TVI, o antigo Presidente do PSD lembrou os factos de Portugal ter mais tempo para pagar a dívida, a subida do rating do país e as declarações de Durão Barroso sobre o apoio da União Europeia para dar mais um ano ao Governo para cumprir o défice. “O Governo, em vez de explicar as boas notícias, arranjou um berbicacho com o salário mínimo”, afirmou o social-democrata.
O também Conselheiro de Estado de Cavaco Silva lembrou que o PS tinha pedido um aumento do salário mínimo e disse que Passos Coelho, questionado sobre a matéria, teve a pior atitude. O primeiro-ministro disse que o melhor para criar emprego era baixar o salário mínimo, mas que não o iria fazer.
Para Marcelo, numa altura em que colocava na boca de Passos o que ele não disse – que queria baixar o salário mínimo -, apareceu “o inefável António Borges a afirmar que o ideal era baixar os salários. “A oposição apareceu logo a dizer que ele [Borges] estava a dizer em voz alta o que Passos não diz”, acrescentou. “Foi um, dois, três, quatro tiros nos pés”, afirmou.
Nada de novo com Cavaco
Já sobre o prefácio de Cavaco Silva ao livro Roteiros VII, que faz o balanço do último ano da presidência, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou na TVI que o Chefe de Estado disse o que já se sabia e o que sempre pensou.
Resumindo, o antigo líder do PSD diz que Cavaco Silva disse que não vai fazer nada enquanto a troika estiver em Portugal, que é livre para criticar as políticas europeias, que apoia o Governo e que actua nos bastidores para obter consensos. Para Marcelo, o actual Presidente “tem a visão mais minimalista dos poderes presidências” de todos os chefes de Estado que já passaram por Belém na democracia.
Para os que achavam que Cavaco Silva ia demitir o Governo ou algo do género, Marcelo reafirmou: “Ele [Cavaco] é herbívoro, não é carnívoro. Não vai estar refastelado a comer a carne. Come erva.”
No que respeita à sétima avaliação da troika, que deve ser conhecida nos próximo dias, Marcelo diz saber que na tarde deste domingo “houve muita tensão” entre o Governo e os representantes dos credores.