Um hexaedro é um poliedro com seis lados. Aquele que se encontra no Museu da Ciência, em Coimbra, não é apenas isso. Tem imagem e som, conta uma história. É uma “sala de imersão”, como a define Pedro Vaz, estudante do mestrado em Design Multimédia, na Universidade de Coimbra, e autor do projecto Hexaedro.
“Nesta estrutura é projectado um vídeo, em 360º, através do qual tentei resumir as ideias que mudaram a forma de pensar do ser humano. Esta é uma obra imersiva: o vídeo não é uma curta, é uma sala de sensações”, explica, ao P3, o autor do Hexaedro.
Ao som das “Quatro Estações”, de Vivaldi, conta-se uma história que começa no ser unicelular e termina com uma perspectiva do planeta Terra. Pelo meio, há referências à descoberta do fogo, ao mito de Prometeu, à filosofia de Platão (destaque para a alegoria da caverna), a Darwin e à evolução das espécies, entre outros temas.
Tudo isto é feito sem texto, sem narração. “Não há nenhuma língua, o que torna este trabalho universal”, afirma Pedro Vaz.
Segundo o autor do Hexaedro, o vídeo tem continuidade e existe um elemento gráfico cujo propósito é orientar o olhar. No entanto, cada espectador decide, em última instância, como acompanhar as imagens.
Pedro Vaz criou este conceito a partir de um trabalho anterior, no qual o espólio de um teatro foi mostrado em duas telas de projecção, montadas no palco. A estrutura técnica foi mantida, mas o designer adaptou-a, de forma a criar um espaço hexagonal.
“Respeitei três regras, na edição deste vídeo: escala, na representação dos objectos, continuidade nas imagens e ritmo, assegurado pela música. Os espectadores têm gostado muito e têm captado a mensagem. É decisivo não ser um simples vídeo, mais sala de imersão”, explica Pedro Vaz.
O Hexaedro estará no Museu da Ciência, em Coimbra, até 10 de Março. Segundo Pedro Vaz, com possibilidade de alargamento do prazo. “Tenho intenção de levar este projecto ao Porto, mas não há nada confirmado”, garante.