Lagarde elogia Irlanda e defende uma maior integração europeia

Directora do FMI diz que BCE ainda tem margem para baixar as taxas de juro.

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Relatório do FMI, presidido por Christine Largarde, considera dívida insustentável se o país não fizer reformas Saul Loeb/AFP

Lagarde começou por elogiar a Irlanda em relação à maneira como o país tem reagido à crise. Mais especificamente, a directora do FMI congratulou o Governo irlandês por ter conseguido recapitalizar o sector bancário e fazer cortes no Orçamento do Estado sem lesar os mais vulneráveis. Lagarde concluiu que, apesar de a economia irlandesa ter voltado a crescer (cerca de 1% este ano), o endividamento das famílias e do Estado persiste, tal como o desemprego a longo prazo.

Em relação à Europa, Christine Lagarde acredita que o BCE devia diminuir os juros, de modo a impulsionar a procura: “A política monetária deve manter-se adaptável e pensamos que ainda há um pouco de margem de manobra para que o BCE baixe a taxa de juro”. Esta declaração surge um dia depois da reunião mensal do BCE, em que o presidente, Mario Draghi, decidiu manter as taxas de juro em 0,75%, o nível mais baixo de sempre, e onde se mantém desde Julho de 2012.

Lagarde acrescentou também que tem de haver mais solidariedade na Europa, nomeadamente no que toca às disparidades entre a procura nos países do Sul e nos países do Norte. A líder do FMI admite que uma das soluções para resolver este problema é aumentar a inflação em países como a Alemanha, de modo a aumentar a competitividade relativa dos países periféricos.

“A crise económica da Europa foi uma crise de integração incompleta”, afirmou Lagarde. “A zona euro era um clube chegado, mas não uma comunidade, havia laços de fraternidade, mas não uma família, era uma junção de partes, mas não um todo harmonioso”. Assim, a directora do FMI admite que a Europa precisa de mais integração, nomeadamente de uma organização que supervisione todos os bancos da zona euro – se os bancos europeus não tivessem emprestado tanto dinheiro aos bancos irlandeses, as famílias não teriam contraído as dívidas que levaram o país à ruína. 

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