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Vítor Gaspar diz que extensão de 15 anos aos empréstimos é "inconcebível"

O ministro das Finanças afirmou que é "inconcebível" uma extensão de 15 anos ao reembolso dos empréstimos a Portugal e Irlanda e disse que basta uma solução "mais modesta".

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O ministro das Finanças ressalvou que a decisão cabe à troika e que uma decisão pode chegar já em Abril Georges Gobet/AFP

Em declarações prestadas no final do encontro do Ecofin desta terça-feira, o ministro das Finanças disse que a possível extensão de 15 anos “antecipada” na véspera pelo ministro das Finanças irlandês é “inconcebível” e que se trata apenas de “uma posição negocial, e não uma previsão do que será o resultado dessa negociação”.

O ministro sustentou que o importante é "favorecer as condições que permitam o próximo passo" no processo de regresso pleno aos mercados da dívida a longo prazo. Nesse sentido, Vítor Gaspar apontou para o objectivo de fazer uma emissão bem-sucedida a 10 anos.

Vítor Gaspar recordou que o que está agora em cima da mesa é “um mandato para a troika, que irá analisar as condições necessárias para assegurar uma saída bem-sucedida do programa”.

Em relação à data de uma possível decisão, Vítor Gaspar indicou que, em conversa com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e com o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, “poderá ser possível” chegar a uma decisão já no conselho informal de ministros das Finanças a 12 e 13 de Abril.

"O apoio político dos nossos parceiros europeus tem uma grande importância para nós e dá-nos garantias de protecção contra riscos na evolução da economia europeia e mundial, sendo que estes mecanismos de seguro e protecção estão dependentes do nosso cumprimento das condições acordadas com os nossos credores internacionais", apontou ainda Vítor Gaspar.

Os ministros das Finanças da União Europeia anunciaram nesta terça-feira que estavam favoráveis aos pedidos de prolongamento português e irlandês para o reembolso de parte dos empréstimos europeus.

No entanto, os líderes europeus não se comprometeram com o prolongamento dos prazos e entregaram à troika a responsabilidade de determinar os moldes de alívio para a agenda de financiamento de Portugal e Irlanda.