Brisa com projectos-piloto de exploração de auto-estradas indianas

A concessionária rodoviária tem na Índia contratos de operação para 300 quilómetros em troços de auto-estradas.

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Numa primeira fase, a Brisa vai implementar um projecto-piloto na Índia Rui Gaudêncio

“Neste momento o que estamos a fazer é o projecto de cobrança electrónica para quatro concessões, que se juntam para fazermos a cobrança electrónica de portagem totalmente automática”, disse Vasco Mello.

De acordo com o presidente da Brisa, nos 300 quilómetros de auto-estrada entre Nova Deli e Gurgaon, onde se vai realizar uma das operações, regista-se a passagem diária de 250 mil veículos, sendo que, por comparação, na auto-estrada A1, que liga Lisboa ao Porto, circulam 35 mil veículos todos os dias.

Vasco Mello disse que a Brisa tem uma operação através de uma joint venture na Índia, em que faz a manutenção de auto-estradas, com “um parceiro indiano da maior importância que tem apoiado neste projecto”. “Hoje temos contratos de operação para um total de 300 quilómetros”, declarou.

Segundo o presidente da Brisa, num primeiro momento vai ser operacionalizado um projecto-piloto e seguidamente “mais três pilotos no mercado indiano”, com o sistema de pagamento automático (Via Verde) que, apesar de “complexo”, vai ser barato e acessível ao público.

“Na Índia existe um sistema de cobrança muito rudimentar. A Feedback Brisa está envolvida e pensamos que teremos condições de o implementar no próximo trimestre”, explicou.

Para o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, presente durante a cerimónia de apresentação e assinatura do projecto, trata-se de um momento “com grande significado” num “mercado enorme”, onde milhares de quilómetros de auto-estradas são construídos todos os anos.

“A Brisa conseguiu ser uma das quatro companhias seleccionadas para fazer uma coisa muito importante na Índia, que tem 29 estados diferentes”, afirmou Paulo Portas, lembrando a dificuldade de se “harmonizar sistemas de pagamento das auto-estradas, que são muito diferentes umas das outras conforme os estados onde passam”.

Para Paulo Portas, a Via Verde “é uma grande invenção portuguesa” que pode ser adaptada à realidade indiana.

“Pode significar um negócio fundamental para uma companhia como a Brisa e, quando há dificuldades nas companhias europeias e nas companhias portuguesas, é muito importante que as empresas nacionais consigam conquistar quota de mercado fora, porque estão a proteger a retaguarda encontrando fora recursos que são mais difíceis dentro neste momento”, concluiu Paulo Portas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iniciou no domingo em Nova Deli uma visita à Índia, que prossegue na quarta-feira em Bombaim e termina em Goa no dia 8.