Peditório da Cáritas começa quinta-feira
Mais austeridade pode não significar menos donativos, ressalva o presidente da instituição, Eugénio Fonseca.
Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas, avisa para o risco de fraudes e pede que os portugueses só doem a quem se identifique devidamente. “Os voluntários devem ter uma caixa com o símbolo da Cáritas, um crachá com nome e deve-se exigir que seja colocado um autocolante com o símbolo da instituição, por exemplo, na lapela do casaco”, acrescenta.
Apesar do agravamento das medidas de austeridade, Eugénio Fonseca afirma ter dificuldades em prever os resultados do peditório deste ano. “Já no ano passado estávamos a pensar que, dada a situação de agravamento da crise, íamos ter menos donativos do que em 2011, e a verdade é que o resultado foi o contrário, com um aumento de 20% nas ajudas”, explica.
A Cáritas lançou também uma plataforma de doações online para compensar a possível diminuição de pessoas na rua. Prevê-se a participação de cinco a seis mil voluntários durante estes dias, em grupos organizados pelas paróquias, de maneira a minimizar o risco de desvio de dinheiro.
Houve um aumento de 60% nas situações de emergência social desde 2011, o que obrigou a uma reformulação do Fundo Social Solidário, que funciona unicamente a partir de donativos. Eugénio Fonseca explica que o fundo está a ser utilizado a cerca de 30% das suas possibilidades. “Tomámos a opção de prestar ajuda às necessidades mais urgentes porque se fôssemos ajudando toda a gente, o fundo não tinha passado do primeiro ano de existência”, acrescenta.
No ano passado registaram-se quase 300 mil euros em donativos, face aos cerca de 160 mil pedidos de ajuda.
O peditório é uma das iniciativas marcadas para a Semana Nacional Cáritas, que decorre entre 24 de Fevereiro e 3 de Março. A nível local, estão agendados vários espaços de debate e reflexão junto dos cidadãos com o tema “Fé comprometida. Cidadania Activa”.