Há dois filmes “aos tiros” um com o outro no novo filme de Joaquim Leitão. O primeiro é um policial processual seguro, conduzido com nervo, sobre um grupo de detectives que procura um menino desaparecido. O segundo, contudo, é um dramalhão rocambolesco supostamente tópico que confunde pedofilia e violência doméstica, parece carburar a lugares-comuns de telenovela, é incapaz de emprestar espessura a personagens (apesar dos esforços dos actores) e insiste em voltas e reviravoltas que dão cabo de qualquer credibilidade. O primeiro, concentrado na primeira hora, é o filme que Leitão quis fazer, o segundo é o que o produtor e argumentista Tino Navarro escreveu e que vem ao de cima na segunda hora. O resultado é, depois de A Esperança Está Onde Menos se Espera (2009), o segundo tiro ao lado de um realizador francamente melhor do que o material que lhe está a saír em rifa, e um filme tanto mais decepcionante quanto se sente que, a cada momento decisivo, é sempre o caminho menos interessante que é tomado.
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