“Não pensem que é pelos baixos salários que se garante a competitividade da economia”, diz Cavaco
Presidente da República criticou "entraves ao empreendedorismo" e apelou a que “a sociedade portuguesa tenha orgulho nos empresários e não apenas nos futebolistas”
“Não se pode pensar o futuro sem a participação activa dos jovens empreendedores”, disse Cavaco Silva, vincando: “Não pensem que é pelos baixos salários que se garante a competitividade da economia”.
No discurso de encerramento, o Presidente da República afirmou ser necessária uma mudança de mentalidade para que “a sociedade portuguesa tenha orgulho nos empresários e não apenas nos futebolistas”, bem como uma “cultura que valorize o empreendedorismo”.
Aos responsáveis políticos, Cavaco Silva deixou também uma crítica: “As instituições políticas não devem criar entraves a que boas ideias possam ser transformadas em negócios florescentes”. Sem explicar a que entraves se referia, acrescentou que “não se esperam soluções mágicas”.
Críticas à parte, o chefe-de-Estado elogiou uma “geração que está claramente à altura dos desafios” e que “não tem o sacrifício e a austeridade como meta”. Retratando-a como a geração “pós-troika” e a “seiva de uma economia próspera”, Cavaco assegurou que o encontro foi “extremamente frutuoso e estimulante” e sublinhou ter saído “muito seguro, certo e confiante quanto ao futuro da economia portuguesa”.
“Transmitiram-me uma forte dose de esperança no futuro” e, por isso, defendeu ter “razões acrescidas” para que haja confiança na economia portuguesa. “É preciso que a próxima geração tenha uma dinâmica refrescada, um espírito positivo, energia, audácia e novos modos de pensar e de agir”, acrescentou.
Neste sentido, Cavaco Silva alertou que os jovens empresários poderão ser o “motor da mudança da economia” num dos “tempos mais severos” da história de Portugal. “Só as empresas privadas podem manejar estas alavancas [de mudança] e por isso o crescimento económico no país, a recuperação económica está hoje totalmente na mão dos empresários privados”, frisou.
“Esta será a geração que irá renovar o tecido empresarial português e imprimir um novo rumo à economia portuguesa e, por isso, os poderes públicos devem criar as condições para que este potencial dos jovens empreendedores portugueses se manifeste”, enfatizou o Presidente da República.
Ideias para inovar
Durante todo o dia de foram debatidos problemas e perspectivadas soluções para impulsionar o crescimento do empreendedorismo cultural, empresarial e social. “Queremos ser uma referência mundial”, vincou Ivo Santos no balanço final.
De manhã, os participantes tiveram oportunidade de trocar ideias e, na parte da tarde, foram formados três grupos de trabalho que, em diversas áreas, criaram propostas concretas para ajudar os jovens empreendedores a serem bem-sucedidos.
Entre muitas outras, foi sugerida a Cavaco Silva a criação de programas de promoção à inovação e à internacionalização, a distinção anual pela Presidência da República de Jovens Empreendedores, a constituição de um observatório de empreendedorismo, o alargamento do programa INOV Contacto e a criação de um banco social que apoie as iniciativas sociais e de empreendedorismo social.
Notícia actualizada às 12h40. O termo "fluorescentes" foi substituído por "florescentes".