Raúl Castro deixará o poder em 2018
A renovação geracional do regime cubano começou e é para continuar nos próximos cinco anos, anunciou o Presidente na sessão inaugural da nova Assembleia Nacional.
A nomeação de Miguel Diaz-Canel como primeiro vice-presidente do Conselho de Estado “representa um passo definitivo na configuração da futura direcção do país, através de uma transferência suave e ordenada dos cargos do poder para as novas gerações”, explicou Raúl Castro no final da sessão inaugural da nova Assembleia Nacional do Poder Popular.
“No meu caso, este mandato é o último”, anunciou o Presidente cubano que completa 82 anos em Junho e que sucedeu no poder ao seu irmão, Fidel, que se afastou por motivos de saúde em Julho de 2006. Este domingo apareceu pela segunda vez desde então na Assembleia Nacional (a outra tinha sido em 2010).<_o3a_p>
As novas regras adoptadas pelo regime e divulgadas antes das eleições, que se realizaram no início de Fevereiro, prevêem, pela primeira vez em meio século, a limitação a dois mandatos de cinco anos, incluindo no desempenho dos mais altos cargos do país.
A renovação geracional “começou” e é “um processo que deve continuar ao longo destes cinco anos”, acrescentou Raúl Castro.
O processo, explicou, “deverá desenrolar-se “de forma ininterrupta e com antecipação, para evitar que se repita uma situação em que haja falta de uma reserva de quadros bem preparados”. A sucessão dos dirigentes constitui “um processo natural e sistemático”, acrescentou o Presidente.<_o3a_p>
A Assembleia Nacional cubana elegeu neste domingo os 31 membros do Conselho de Estado, o órgão supremo do Executivo cubano. Mais de metade, 17, são nomes novos e a média de idades é de 57 anos.<_o3a_p>
Raúl Castro garantiu ainda que dará continuidade às reformas que tem levado a cabo nos últimos anos, que têm como objectivo a “actualização” do modelo económico cubano.<_o3a_p>
“Fui eleito para defender, manter e continuar o aperfeiçoamento do socialismo, não para o destruir”, afirmou. “Nós continuaremos a fazer, aos poucos mas seguramente, com os pés assentes na terra”, acrescentou para aqueles que exigem uma aceleração das reformas a introduzir para uma economia de mercado no sistema cubano.<_o3a_p>
Tais reformas, disse o Presidente reeleito, deverão criar “uma sociedade menos igualitária mas mais justa”. E defendeu a necessidade de “superar a barreira da estagnação e das mentalidades obsoletas, para desfazer os nós que dificultam o desenvolvimento das forças produtivas”.<_o3a_p>