Mourinho: Portugal tem “máquina fiscal injusta e cega que castiga tudo e todos”

Treinador espera que daqui a 20 anos os governantes "governem a pensar nos outros e não em si próprios”.

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Mourinho Tim Chong/Reuters

O que espera Mourinho para daqui a 20 anos? “Por favor, que se tenha acabado com a máquina fiscal injusta e cega que castiga tudo e todos, e que transforma uma vida em luta pela sobrevivência”, apela o treinador, num depoimento feito para a TVI, que pediu a várias personalidades um desejo para as próximas duas décadas.

No depoimento divulgado pela Lusa, Mourinho expressa ainda o desejo de “conhecer uma sociedade onde as pessoas sejam reconhecidas pelos seus méritos, onde as oportunidades não sejam elitistas, onde os políticos sejam eleitos por competência, e não por aparelhos partidários, onde todos sintamos que quem governa governa a pensar nos outros e não em si próprio”.

A Cápsula do Tempo, uma obra de arte concebida pelo jovem artista David Miguel Oliveira, é um dos pontos altos previstos para a Gala dos 20 Anos da TVI no CCB.

A “cápsula” guardará durante 20 anos os desejos e previsões de 20 personalidades da lusofonia, de áreas transversais à sociedade, incluindo o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, ou nomes como a pintora Paula Rego, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, ou os escritores angolano Pepetela e moçambicano Mia Couto, que aceitaram responder à questão: “O que esperam que o mundo/Portugal seja dentro de 20 anos?”

A crise e a esperança de sair dela pautam uma grande parte das duas dezenas de depoimentos, quase todos de esperança, em que é expresso, também repetidamente, o voto de que o país possa voltar a dar a oportunidade aos seus cidadãos para aí trabalharem. Como diz a judoca Telma Monteiro, onde “os jovens não precisem de sair do seu país para trabalhar”, ou como coloca a maestrina Joana Carneiro, “que o nosso país ofereça condições para todas as famílias cumprirem os seus sonhos, cá dentro”.

As mensagens vão ficar simbolicamente depositadas na Cápsula do Tempo, que ficará em exposição na TVI. Dentro de 20 anos, a estação de Queluz promete "revisitar os depoimentos que hoje conhecem a luz do dia”.

“Portugal vive tempos de incerteza. Contudo, quero que os portugueses de 2033 tenham uma certeza: os portugueses de 2013 não se deixaram vencer pelas adversidades do presente e mantiveram sempre a esperança num futuro melhor”, é o voto que Cavaco Silva deixa para ser lido neste quarta-feira e em 20 de Fevereiro de 2033.