Passos Coelho recebido com uma manifestação de protesto em Aveiro
Primeiro-ministro aproveitou para responder a José António Seguro sobre a carta enviada à troika.
Pedro Passos Coelho, que evitou o contacto directo com os manifestantes, acabou por reagir, em declarações aos jornalistas, ao teor da missiva enviada pelo líder do PS, António José Seguro, à troika, referindo que a avaliação política proposta já está a ser feita.
"As nossas avaliações com a troika são realizadas trimestralmente nos moldes normais que sucedem quer em Portugal, quer na Irlanda, quer na Grécia. Mas isso não nos impede de ter avaliações de natureza política mais relevantes, que só aquelas que têm lugar no Conselho de Ministros, bem como no Conselho Europeu e nas oportunidades procuradas pelo Governo português quer com o presidente do Banco Central Europeu, quer com o presidente da Comissão e, algumas vezes, com a senhora Christine Lagarde", referiu Passos Coelho.
O primeiro-ministro disse ainda esperar do PS "que tenha uma intervenção que seja construtiva" em relação ao trabalho que o Governo está a realizar de "recuperação da normalidade do país". "Tenho procurado que o PS tenha esse envolvimento e procure trazer também as suas ideias e propostas para este debate", afirmou Pedro Passos Coelho, lembrando: "Ainda na semana passada, no Parlamento, convidei o PS a dizer o que é que entende por novo processo de consolidação orçamental, por realizar uma trajectória diferente para a consolidação das contas públicas, mas até hoje ainda não aconteceu".
Passos desmente cortes permanentes na função pública
Aos jornalistas, o primeiro-ministro aproveitou para desmentir as notícias que dão conta da intenção do Governo de tornar permanente o corte nos vencimentos da função pública. "Tem havido muita especulação à volta de matérias que são sensíveis", reagiu o primeiro-ministro.
Segundo explicou Passos Coelho, o Governo está decidido a "encontrar uma plataforma de medidas que tragam a possibilidade" de reduzir a despesa pública e que irão ser apresentadas "aos parceiros sociais e aos partidos da oposição". Contudo, ressalvou o chefe do Governo, "nesta altura não há nenhuma medida definida em concreto", acrescentando: "Não estamos a pensar tornar permanentes os cortes que agora foram tidos como transitórios".