Milhares marcham contra o Governo em várias cidades

Vários milhares de pessoas marcham nas ruas das principais cidades do país numa jornada de luta contra as políticas do Governo.

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O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, discursa às 16h15, em frente à Assembleia da República Rui Gaudêncio

No caso da capital, a manifestação estava, por volta das 16h, a meio caminho entre o largo do Príncipe Real e a Praça do Município, onde o líder da CGTP discursará por volta das 17h.

"É preciso que o Governo escute os protestos dos portugueses", defende Arménio Carlos. "Se o Governo teimar em não ouvir os portugueses no dia de hoje, vai ter que continuar ouvir os portugueses nos dias a seguir", promete o sindicalista.

"Enquanto não encontrarmos respostas e soluções para os problemas que afectam a esmagadora maioria do povo português, vamos estar nas ruas, nas empresas, a defender o fim destas políticas e do reinado da troika no país", avisa Arménio Carlos, lembrando a situação "difícil" do quase milhão e meio de pessoas desempregadas. "É quase um quarto da população [trabalhadora]", reforça, reclamando "políticas que levem a mais produção, mais crescimento, e melhor distribuição de rendimentos".

Arménio Carlos alerta o primeiro-ministro para que este "páre, escute e olhe". "Parar para avaliar e a primeira conclusão a que chegará é que estas políticas são erradas e não levam a lado nenhum; escutar para ouvir a opinião da esmagadora maioria da população que está contra estas políticas; e olhar para o futuro do país", descreve o líder da CGTP, acrescentando um conselho: "Aproveite também para pedir desculpa aos portugueses."

Pegando nas palavras de Passos Coelho, que disse na noite de sexta-feira não querer que "a corda parta" com tantos sacrifícios, Arménio Carlos faz uma avaliação mais crua: "A corda já se partiu. Já se partiu para os desempregados, para os jovens que são obrigados a abandonar as universidades, para os funcionários da função pública que tiveram os ordenados cortados e para os pensionistas."

Arménio Carlos desvaloriza o facto de ser Paulo Portas o ministro incumbido pelo Governo de preparar uma espécie de guião para os cortes na despesa. "Isto não tem a ver com os homens ou mulheres que executam, mas com as políticas. E nesse campo, o CDS é tão responsável como o PSD pelo que se está a passar em Portugal."

A jornada nacional de luta da CGTP, que tem como lema “Contra a Exploração e o Empobrecimento”, vai ter repercussões em todos os distritos do continente, e também na Madeira e Açores. Estão previstas manifestações ou concentrações em todas as capitais de distrito, excepto em Castelo Branco, dado que a manifestação distrital se realizará na Covilhã. 

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