Ministro da Economia atribui quebra do PIB ao desempenho da Europa
Mais de 70% das exportações portuguesas vão para a Europa e “é natural que haja um impacto significativo” na economia nacional, diz Álvaro Santos Pereira.
Álvaro Santos Pereira falava, em Trás-os-Montes, à margem de uma sessão de apresentação do programa “Portugal Sou Eu”, no dia em que foi conhecida uma quebra no Produto Interno Bruto (PIB) nacional de 3,2% em 2012, superior às previsões do Governo.
Para o ministro da Economia, “como a Europa está em crise e muitos países europeus estão em recessão” e “mais de 70% das exportações portuguesas vão para a Europa, é natural que haja um impacto significativo”. “Foi o que aconteceu”, afirmou.
Álvaro Santos Pereira lembrou que a previsão do Governo para a quebra na riqueza nacional “rondava os 3%”, mas reiterou que “as previsões macroeconómicas são sempre sujeitas a um grau de incerteza que depende obviamente de circunstâncias que muitas vezes são externas à economia portuguesa”.
“Nos últimos meses é sabido que a economia europeia teve um comportamento bastante inferior ao que estava a ser esperado e isso reflectiu-se nas nossas exportações, ou seja, na procura externa e obviamente teve um impacto no PIB nacional “, declarou.
O ministro considerou “importante referir que ao nível da procura externa Portugal teve um desempenho bastante bom no ano passado, principalmente para os mercados extracomunitários”.
“As nossas exportações cresceram quase a 20% para os mercados extracomunitários. O que se passou no ano passado também foi um movimento importante dos nossos exportadores, não só de reforço das exportações, mas também de diversificação dos nossos mercados externos”, concretizou.
O ministro da Economia admitiu que a procura externa “teve também impacto ao nível do desemprego no país” e contribuiu para a taxa recorde de 16,9% registada em 2012, mas escusou-se a perspectivar que a quebra no PIB possa ter impacto nas previsões do Governo para a taxa de desemprego em 2013.
“Existe uma relação muito directa entre o desempenho económico e a criação de emprego, ou seja, quando uma economia está em recessão sempre destrói mais emprego do que cria, é isso mesmo que está a acontecer em Portugal”, afirmou.
Álvaro Santos Pereira acrescentou que o Governo fará tudo o que estiver ao seu alcance para que Portugal “volte a crescer rapidamente, trabalhando com os parceiros sociais, melhorando a eficácia das políticas activas de emprego e principalmente apostando na requalificação e na formação profissional”.