Scotland Yard desenterra outro caso de escutas no News of the World

Seis antigos jornalistas do tablóide, dois dos quais trabalham agora para o Sun, foram detidos no âmbito de uma nova linha de inquérito ao caso que forçou ao encerramento do jornal.

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O tablóide dominical foi encerrado em Julho de 2011 Carl Court/AFP

Os jornalistas, três homens e três mulheres, foram detidos nas suas residências em Londres e Cheshire (Noroeste de Inglaterra), estando a ser ouvidos pela polícia sobre as novas suspeitas. Há informação também de buscas domiciliárias.

“Os detectives da Operação Weeting [às escutas realizadas entre 2000 e 2006] identificaram uma outra alegada conspiração para interceptar correios de voz que terá sido levada a cabo por funcionários do agora extinto News of the World”, adiantou a polícia londrina em comunicado.

A nota refere que as pessoas visadas por estas escutas não eram ainda conhecidas – “a seu tempo a polícia irá informá-las” – e que nenhum dos jornalistas agora detidos tinha já antes sido ouvido ou detido no âmbito deste inquérito.

Ao todo, 32 pessoas, na sua maioria jornalistas e antigos jornalistas, foram detidas desde o Verão de 2011, quando se tornou evidente que as escutas foram durante anos uma prática corrente no tablóide dominical. Suspeitava-se que isto acontecia desde 2007, quando o jornalista que cobria a família real e um detective contratado pelo jornal foram detidos após terem interceptado o voice-mail de assessores dos príncipes.

A indignação gerada pelo caso levou Rupert Murdoch a encerrar o centenário jornal, forçou a Scotland Yard a investigar suspeitas que durante anos desvalorizou e embaraçou o primeiro-ministro, David Cameron, amigo da antiga directora Rebekah Brooks e que contratou para seu assessor em Downing Street o sucessor dela no cargo, Andy Coulson. Os dois antigos directores estão entre as 15 pessoas envolvidas no caso já formalmente acusados pelo Ministério Público.

Centenas de pessoas, entre celebridades, políticos, vítimas de crimes ou famílias de soldados mortos em combate, tiveram os seus telemóveis sob escuta. Para travar processos legais, o grupo Murdoch desembolsou já centenas de milhares de libras em indemnizações, mas vários processos continuam em tribunal. Um inquérito público lançado pelo Governo para averiguar as práticas da imprensa revelou no final do ano passado um quadro de abusos generalizados entre a imprensa tablóide e recomendou a criação de um novo organismo de supervisão.
 
 

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