Exportações crescem 5,8% em 2012, mas acentuam sinais negativos no final do ano

Vendas de bens ao estrangeiro diminuíram em termos homólogos nos últimos meses do ano.

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Em Junho, a UE apresentou um excedente comercial de 2900 milhões de euros Manuel Roberto

De acordo com os dados publicados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações de bens caíram 3,2% no passado mês de Dezembro face a igual período do ano anterior, confirmando o momento difícil que as empresas exportadoras nacionais estão a passar nos últimos meses. Em Novembro, já se tinha verificado uma descida de 0,1%, depois de um crescimento de 5,6% em Outubro. No total, no último trimestre do ano, o crescimento das exportações foi de 1%, um resultado bastante inferior ao registado no resto do ano.

As exportações para os outros países da União Europeia foram as que apresentaram uma evolução mais negativa. Em Dezembro, caíram 5,7%, depois de uma descida de 1,9% em Novembro. As exportações de bens para fora da UE ainda registaram um crescimento em Dezembro, embora bastante mais moderado (de 2,7%) do que o registado no resto do ano.

No total do ano, depois de um início muito positivo, a economia portuguesa ainda conseguiu segurar uma variação positiva das suas exportações de bens. Cresceram 5,8% face a 2011, verificando-se variações positivas de 1% no caso das vendas para países da UE e de 19,8% para economias extracomunitárias.

As importações de bens caíram no total de 2012 a uma taxa de 5,4%. Em Dezembro, a quebra registada foi de 7,9%. O défice comercial de bens português, que em 2011 tinha sido de 16.373 milhões de euros, cifrou-se em 2012 em 10.668 milhões de euros.

A quebra registada recentemente nas exportações portuguesas acontece num cenário de contracção da economia da zona euro, que deverá ter mantido no quarto trimestre de 2012 uma variação negativa do PIB (os dados serão divulgados pelo Eurostat na quinta-feira), o que significa a manutenção da recessão técnica. Além disso, o euro tem vindo a valorizar-se face às outras divisas internacionais, o que pode prejudicar o desempenho das exportações para os mercados fora da zona euro.

Recentemente, o Banco de Portugal reviu em baixa as suas previsões para crescimento económico português em 2013, devido precisamente às expectativas menos positivas para a evolução das exportações.
 
 
 

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