O destino hoje é Londres, com os BAFTA a dar mais um sinal para os Óscares
Lincoln, de Steven Spielberg, é o mais nomeado nos prémios da academia britânica – mas será que vai inverter a tendência de ser um dos grandes perdedores da temporada?
Os prémios da Academia Britânica de Artes Televisivas e Cinematográficas são entregues na noite deste domingo a partir das 19h em Londres, numa cerimónia que se espera cheia de estrelas na Royal Opera House e apresentada pelo actor e comediante britânico Stephen Fry.
Lincoln, de Steven Spielberg, o filme que passa em revista os últimos meses de vida do 16.º Presidente dos Estados Unidos, está nomeado em dez categorias, incluindo a de melhor filme. É o favorito aritmético.
E esse é um cenário que o filme protagonizado por Daniel Day-Lewis conhece bem: foi também o mais nomeado para os Globos de Ouro e para os Critics Choice Movie Awards. Mas os Globo de Ouro pouco concretizaram – o vencedor de melhor filme e melhor realizador foi mesmo Argo, de Ben Affleck, tendo Lincoln apenas merecido o prémio expectável para Daniel Day-Lewis. Nos Critics Choice Movie Awards, Lincoln também era o favorito, com 13 nomeações. Mas as contas voltaram a sair furadas. E o autor do feito foi novamente Ben Affleck, o actor-realizador que já não é uma anedota, que o sector e a crítica já levam a sério. Melhor filme, melhor realizador. E a maré dos Óscares pareceu virar-se de Washington para Teerão.
Argo é a história verídica do resgate de um grupo de fugitivos da crise dos reféns em Teerão em 1979 por uma falsa equipa de cinema chefiada pela personagem interpretada por Ben Affleck. E não venceu Lincoln só em duas ocasiões. Foram mais. Nos prémios da Guilda dos Actores dos EUA, Argo bateu novamente Lincoln. Os dois filmes voltam a confrontar-se no dia 17, na entrega dos galardões de Guilda dos Argumentistas norte-americanos, em que a categoria de melhor argumento adaptado é o último momento de contenda directa antes dos Óscares para Spielberg e Affleck.
O actor-realizador, porém, não foi reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas na categoria de realização, estando nomeado para os Óscares para melhor filme, melhor argumento adaptado e melhor actor secundário (e para melhor montagem, melhor montagem de som e melhor mistura de som). Já Lincoln tem nomeações nas principais categorias dos Óscares, não só para Spielberg e Day-Lewis, mas também nas secções de actor e actriz secundária e melhor filme, entre outros.
BAFTA ignoram Spielberg
Na lista de nomeações, Os Miseráveis e A Vida de Pi têm ambos nove nomeações para os BAFTA, concorrendo na lista dos candidatos a melhor filme com Lincoln, Argo e 00h30: Hora Negra. Mas entre os três principais filmes nomeados, só um deles merece nomeação também para o seu realizador – nem Spielberg, nem Tom Hooper (Os Miseráveis) são candidatos ao prémio, disputado por Ang Lee por A Vida de Pi, Michael Haneke por Amor, Ben Affleck por Argo, Quentin Tarantino por Django Libertado e Kathryn Bigelow por 00h30: Hora Negra.
Amor, de Haneke, tem na sua protagonista feminina uma nomeação constante nesta temporada de prémios – desde, no fundo, a Palma de Ouro em Cannes. Emmanuelle Riva compete com Helen Mirren (Hitchcock), Jennifer Lawrence (Guia Para Um Final Feliz), Jessica Chastain (00H30: Hora Negra) e Marion Cotillard (De Rouille et D'Os).
Daniel Day-Lewis bate-se com Ben Affleck, que também protagoniza Argo, com Bradley Cooper em Guia Para Um Final Feliz, com Hugh Jackmam por Os Miseráveis e, por fim, com Joaquin Phoenix, pelo seu papel em O Mentor.
A academia britânica reserva uma secção para as produções do país e nomeia para melhores filmes o Bond mais visto e rentável de sempre, Skyfall, Anna Karenina, O Exótico Hotel Marigold, Os Miseráveis e Seven Psychopaths.
No campo dos melhores filmes estrangeiros, os BAFTA têm como candidatos Amor, Amigos Improváveis, De Rouille et D'Os, Headhunters e The Hunt.
Notícia corrigida: a hora da cerimónia é 19h e não 21h, que corresponde ao horário da transmissão televisiva no Reino Unido