Perfil de Pedro Roque
Uma das razões apontadas para a saída de Pedro Martins foi precisamente a falta de diálogo com patrões e sindicatos e o facto de não ter em conta as suas posições.
Já Pedro Roque “conhece os mecanismos da concertação social e percebe as preocupações dos trabalhadores e das empresas no terreno”, refere uma fonte que trabalhou com ele nos TSD. Por isso “tem todas as condições para conseguir levar a água ao seu moinho”.
Mas se o facto de ser sindicalista lhe pode trazer vantagens do ponto de vista do conhecimento dos problemas no terreno, algumas das posições que tomou enquanto tal poderão colidir com os dossiers que terá que liderar.
Em Janeiro de 2011, falando na qualidade de secretário-geral adjunto da UGT, Pedro Roque considerava a redução das indemnizações por despedimento “absolutamente inaceitável”. "Por parte das confederações patronais, há a tentativa de embaratecer o custo dos despedimentos com o intuito claro de aumentar o despedimento em Portugal. Numa conjuntura em que o desemprego é muito elevado e constitui o principal problema social com que o país se defronta, achamos que é absolutamente inaceitável e estamos, obviamente, contra as propostas das confederações empresariais", disse na altura.
Agora, terá que conviver com uma proposta do Governo que propõe um corte nas indemnizações para os 12 dias.Uma solução que tem a oposição da UGT e que poderá ameaçar o acordo de concertação social alcançado no ano passado.
O novo secretário de Estado tem 50 anos, é licenciado em História pela Universidade Lusíada e concluiu duas pós-graduações em Ensino de História e em Comunicação Educacional Multimédia. Em 2005, foi candidato pelo PSD à Câmara de Almada, onde desempenhou as funções de vereador sem pelouro até 2009.
Esta não é a primeira vez que um sindicalista entra para um Governo. Na última legislatura, José Sócrates foi buscar Helena André, antigo quadro da UGT e na altura secretária-geral adjunta da Confederação Europeia de Sindicatos, para ministra do Trabalho.