Infanta Cristina de Espanha começa a ser relacionada com ilegalidades do marido
O casal contratou ilegalmente empregados para a sua casa de Barcelona. Poupou 240 mil euros em impostos.
De acordo com uma notícia avançada na noite de quinta-feira pela agência Europa Press, alguns desses contratos ilegais foram feitos à frente de Cristina; eram, pois, do seu conhecimento.
A Europa Press teve acesso a autos do processo judicial do caso Nóos, em que Urdangarín é acusado de desvio de dinheiro público, corrupção e enriquecimento ilícito e, por causa dele, foi fixada uma caução de 8,2 milhões de euros, para si e para o seu sócio, Diego Torres, que terá de ser paga nos próximos quatro dias. Testemunhas ligadas à investigação na Aizoon dizem ter sido contratadas por "duas pessoas" e que os serviços eram prestados na casa dos duques de Palma.
Uma das testemunhas, uma mulher, ao ser questionada sobre o seu vínculo à imobiliária de Urdangarín e da sua mulher, Cristina, disse que nunca trabalhou para a Aizoon, apesar de estar registada por esta na Segurança Social. Disse que foi entrevistada quer por Urdangarín quer pela infanta Cristina e que quando falou em contrato de trabalho (precisava dele para legalizar a sua situação, já que era imigrante ilegal em Espanha) foi-lhe respondido que seria a Aizoon a registá-la e que o pagamento seria feito "por fora". "Não protestei porque me interessava mais um contrato com uma empresa do que como empregada doméstica", disse a testemunha.
Estes contratos para serviços domésticos feitos através da imobiliária permitiram ao casal reduzir a tributação relativa aos funcionários, diz a Europa Press, citando um documento em que se refere que de 2007 a 2008 os Urdangarín não pagaram 240 mil euros em impostos relativos a gastos na sua casa de Barcelona porque usufruíram de impostos inferiores aplicados a sociedades.
Desde o início do escândalo que a infanta Cristina tem sido mantida relativamente à margem dos problemas do marido. Estes dados, porém, colocam-na no centro de um dos muitos casos que Urdangarín tem para resolver com a Justiça.
Hoje, a Câmara Municipal de Palma de Maiorca (a principal cidade da ilha de Maiorca) pediu à Casa Real que retire o título de duque de Palma a Urdangarín. Argumento do município, de gestão popular (PP): não quer o nome Palma associado à palavra corrupção.
Nóos era o nome de uma sociedade de promoção de desporto sem fins lucrativos que Urdangarín fundou e administrou, com Diego Torres. Através dela, o genro do rei conseguiu contratos, sobretudo nas ilhas baleares e junto de governos regionais do PP, inflacionando o preço dos contratos e inventando despesas que nunca foram feitas.