Cavaco e Passos Coelho elogiam Jaime Neves
Presidente fala de “exemplo inspirador” e primeiro-ministro destaca contribuição extraordinária para a implantação da democracia.
"Ao tomar conhecimento da morte do major-general Jaime Neves, apresento à família enlutada as minhas sentidas condolências", refere o chefe de Estado na sua mensagem publicada no ‘site’ da Presidência.
Na mensagem, o Presidente da República sustenta que "são raros os homens da fibra de Jaime Neves", que morreu na manhã deste domingo no Hospital Militar, na Estrela, em Lisboa, consequência de problemas respiratórios.
"Faço votos que todos os portugueses, ao evocarem a memória desta grande figura dos nossos comandos, encontrem na sua vida um exemplo inspirador de dedicação ao país e de entrega sem reservas aos valores da liberdade e da democracia", salienta Cavaco Silva.
Na perspectiva do Presidente da República, Jaime Neves teve "uma brilhante carreira militar" e "encarnou os valores mais sólidos e perenes que caracterizam as nossas Forças Armadas: o amor incondicional à sua pátria, o destemor no cumprimento de todas as missões que lhe foram atribuídas, a inteligência audaz no planeamento operacional e na condução dos homens sob o seu comando".
"Portugal deve-lhe muito. Dotado de uma coragem extraordinária, lutou pela liberdade em duas ocasiões históricas decisivas: Em 1974, no 25 de Abril, na queda do regime autoritário; e, mais tarde, quando a 25 de Novembro de 1975 foi necessário impedir o avanço daqueles que, pela força das armas, pretenderam atraiçoar os ideais da revolução democrática", apontou o Presidente da República.
Foi já com Cavaco Silva como Presidente da República que em Abril de 2009, por sugestão dos generais Ramalho Eanes e Rocha Vieira, foi promovido a major general.
Passos Coelho fala de “militar de excepção”
Também o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, lamentou a morte do general Jaime Neves e elogiou-o pela sua "contribuição extraordinária para a implantação da democracia" em Portugal.
"O general Jaime Neves foi um militar de excepção, um homem que deixou uma contribuição extraordinária para a implantação da democracia no nosso país", afirmou o primeiro-ministro, referindo que o general "esteve envolvido no movimento dos Capitães de Abril, em 1974, e foi ainda uma das peças muito relevantes para o desfecho do 25 de Novembro".
Pedro Passos Coelho falava em conferência de imprensa, em Santiago do Chile, onde se deslocou para participar na Cimeira União Europeia/Comunidade de Estados da América Latina e Caraíbas (UE/CELAC), no sábado e no domingo.
O primeiro-ministro considerou que Jaime Neves "é, portanto, um homem a quem Portugal muito deve quando hoje olha para a sua democracia e para os valores que se enraizaram" na sociedade portuguesa.
Passos Coelho afirmou ainda que Jaime Neves "foi um homem que, após cessar as suas funções activas em termos militares, que se remeteu a um papel cívico relevante, com uma grande dignidade que hoje é recordada por todos aqueles que com ele colaboraram".
Em nome do Governo português, o primeiro-ministro enviou "uma mensagem de luto e de condolências à sua família, mostrando o grande respeito e grande admiração que permanecerá em Portugal pela figura de Jaime Neves".