Vieira da Silva quer congresso do PS antes das eleições autárquicas

Socialistas Pedro Nuno Santos e Pedro Silva Pereira alinham no mesmo sentido. Agravamento da situação económica e social justificam antecipação do congresso.

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Ex-ministro de Sócrates defende antecipação do congresso para não prejudicar empenhamento do PS nas autárquicas Daniel Rocha

A posição de Vieira da Silva, que no último congresso se manteve equidistante entre as candidaturas à liderança de António José Seguro e de Francisco Assis, foi transmitida aos jornalistas na Assembleia da República.

“Vejo como possíveis duas situações [congresso antes ou depois das autárquicas], mas confesso que, face à evolução da situação política, seria mais vantajoso que acontecesse antes das eleições autárquicas, com um período suficientemente longo para que não perturbasse e o empenhamento do partido nesse acto eleitoral”, declarou o deputado do PS.

Ao defender a realização do congresso antes do Verão, Vieira da Silva coincidiu com opiniões manifestadas pelo líder da Federação de Aveiro do PS, Pedro Nuno Santos (considerado próximo de António Costa), e de Pedro Silva Pereira, que foi braço direito do ex-primeiro-ministro José Sócrates.

Confrontado com as declarações do ex-ministro da Presidência Pedro Silva Pereira em entrevista à Rádio Renascença , em que também defendeu a realização do congresso antes das férias do Verão, Vieira da Silva disse entendê-las no quadro de uma situação de “agravamento da situação económica e social”.

“Na óptica do PS, face às dificuldades que o país tem no que respeita à legitimidade que o Governo tem para aplicar um conjunto de medidas [de reforma do Estado], seria razoável que, perante uma alteração do quadro político, o partido fizesse um momento de reflexão, até porque se está a aproximar o momento do seu congresso ordinário. Foi assim que entendi as palavras de Pedro Silva Pereira”, declarou o ex-ministro dos governos de José Sócrates.

Interrogado sobre a possibilidade de haver candidaturas alternativas à da actual direção, Vieira da Silva desdramatizou, alegando que esse processo “é sempre uma iniciativa que parte de quem quer ser candidato”.

“Eu não sou [candidato], de certeza”, acrescentou.