BE: pedido para alargar prazo do empréstimo é bem-vindo “se não prolongar a agonia”
"Uma renegociação dos termos do memorando não pode ser para prolongar mais a agonia da economia portuguesa, tem de ser para haver uma reestruturação séria da dívida, que permita ter recursos necessários ao investimento e ao crescimento da economia", defendeu Catarina Martins.
"Mais tempo para haver mais austeridade é aumentar a espiral recessiva", enfatizou.
Lembrando que o Bloco de Esquerda tem vindo a pedir a renegociação dos termos em que foi acordado o empréstimo, Catarina Martins afirmou que, apesar de o primeiro-ministro e o ministro das Finanças "dizerem que não havia mais tempo nem mais dinheiro, afinal não é verdade e a realidade é que é preciso mais tempo".
De igual modo, lembrou declarações passadas dos dois governantes a afirmar que "não era possível renegociar o acordo e afinal é possível".
A coordenadora do Bloco de Esquerda falava aos jornalistas à margem de uma visita a estufas de morangos que ficaram destruídas com o mau tempo de sábado no concelho de Torres Vedras.
O ministro das Finanças português solicitou na segunda-feira ao Eurogrupo a extensão dos prazos de maturidade dos empréstimos a Portugal, de modo a facilitar o regresso aos mercados, afirmando ter a "expectativa fundada" do apoio dos seus parceiros do euro.
Falando à saída de uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas, Vítor Gaspar indicou que sublinhou, perante os seus homólogos, o facto de Portugal ser um país "que cumpriu e que cumpre" os seus compromissos do programa de ajustamento, e que a "forte capacidade de execução" permite que o país esteja agora "prestes a poder realizar emissões no mercado primário de obrigações".