Portugal prepara emissão de dívida a cinco anos
Regresso ao mercados de dívida de longo prazo pode estar iminente.
Citando fontes de um dos bancos envolvidos na operação, a agência de notícias diz que Portugal irá reforçar a série de obrigações de Tesouro, que conta já com 6083 milhões de euros emitidos e que atinge a sua maturidade em Outubro de 2017, daqui a pouco menos de cinco anos, portanto. Não são indicados quais os montantes que podem vir a ser emitidos.
De acordo com a Reuters – numa informação também disponibilizada pela Bloomberg –, os quatro bancos mandatados para preparar a operação seriam o Banco Espírito Santo, Barclays, Deutsche Bank e Morgan Stanley. A emissão será para realizar durante os próximos dias, se as condições de mercado forem favoráveis, diz a Reuters. A edição online do Diário Económico avança que a operação será realizada já durante as próximas 24 horas.
A confirmar-se a realização da operação, esta será a primeira vez desde o início de 2011 que Portugal irá realizar uma emissão de obrigações de Tesouro a médio e longo prazo. Depois de o país ter assegurado os empréstimos da troika, os únicos financiamentos obtidos no mercado reduziram-se à emissão de bilhetes de tesouro, com prazos situados entre os três meses e o ano e meio.
Nos últimos meses, as taxas de juro exigidas no mercado secundário na troca de títulos de dívida portugueses baixaram consideravelmente. Durante o dia de hoje, a taxa de juro média das OT a cinco anos baixou mesmo da barreira dos 5%, o que dá ao Tesouro melhores perspectivas de obter um resultado positivo na emissão.
A emissão não deverá ser feita em regime de leilão. Será antes o que se denomina por emissão sindicada de dívida, em que o Tesouro encarrega um sindicato bancário de procurar no mercados investidores interessados. Estando reunidas as condições ideiais de procura, avança-se com a operação.
Durante o dia de ontem, o ministro das Finanças revelou que Portugal tinha pedido no Eurogrupo um alargamento do prazo da amortização dos empréstimos concedidos pela troika, algo que pode facilitar o processo de regresso aos mercados, já que alivia as necessidades de emissão durante os próximos anos. A emissão agora a realizar poderá ser também decisiva para que o BCE possa vir a colocar no terreno o seu novo programa de compra de obrigações, ajudando Portugal através de aquisições no mercado secundário.
Na passada sexta-feira, o Diário Económico já avançava com a informação de que as Finanças estavam a planear para os próximos dias uma emissão de dívida pública sindicada a cinco anos.