PS classifica escola pública, saúde e segurança social como prioridade inegociável

“Não foram as propostas constantes do relatório do FMI que Passos Coelho prometeu aos portugueses”, frisa o líder da bancada do PS, Carlos Zorrinho, na abertura das jornadas parlamentares dos socialistas.

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Nélson Garrido
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Na sessão de abertura das Jornadas Parlamentares do PS, que decorrem até terça-feira no Instituto Politécnico de Viseu, Carlos Zorrinho acusou o Governo de “não ter rumo” e de “ter medo dos portugueses”. “E, por isso, em vez de os mobilizar para os desafios que temos de enfrentar, encomenda estudos a tecnocratas estrangeiros para poder insistir numa receita cujos resultados são trágicos”.

Discursando perante uma sala ainda meio vazia, o deputado insistiu na ideia de que o Governo está sem rumo, porque isso, sublinhou, “implica um conceito republicano de Governo”, mas, “Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar têm um rumo para o Governo. É o rumo do empobrecimento dos portugueses, do enfraquecimento das instituições, da defesa dos interesses e da criação duma realidade que choca com os valores de consenso social alargado, plasmado na nossa Constituição”.

Recusando mudanças a nível da Constituição, Carlos Zorrinho clama por “mudar as políticas” e reafirma a determinação do PS na “defesa da escola pública, do Serviço Nacional de Saúde e duma segurança social justa e robusta”, matérias que, disse, para o PS, “são uma prioridade inegociável”.

Zorrinho voltou a avisar a maioria PSD-CDS/PP de que “não conte” com o PS para “branquear um corte de 4000 milhões no Estado social, para tapar um buraco orçamental criado pela incompetência das suas políticas. Esse buraco é responsabilidade do Governo. O Governo que resolva”.

Referindo-se ao tema das Jornadas Parlamentares, centradas na questão da educação, segurança social e saúde, o líder da bancada socialista deteve-se na reforma do Estado para dizer que o “PS tem um património que muito nos orgulha como partido reformista”. E,  embalado pela reflexão sobre o Estado social, aludiu depois ao recente relatório do FMI, encomendado pelo Governo ao Fundo Monetário Internacional (...) e que considerou “uma fonte de má inspiração, porque não faz uma análise sistémica. Limita-se a cortar onde é aparentemente mais fácil, no Estado social”.

“Promovendo o risco de destruição como elefantes em loja de porcelanas de sistemas com provas dadas”, Zorrinho reafirmou que Portugal fez no último Governo reformas da educação pública, do SNS e do sistema da segurança social com resultados. Aumentou a qualidade das aprendizagens, melhorou o acesso aos cuidados de saúde, reduziu as desigualdades e a pobreza e foi pioneiro nos passos dados para sustentabilidade da segurança social”.

Neste sentido, o deputado acusou ainda o Governo de provocar uma “fissura inaceitável entre ricos e pobres, fazendo com que aqueles que têm mais tenham cada vez menos razões para contribuir para um sistema solidário, mantendo um Estado social mínimo e de segunda classe para os mais desfavorecidos”.

Carlos Zorrinho voltou a dizer que o “Governo não tem mandato nem legitimidade para aplicar” o relatório do FMI. “Tem mandato dos portugueses para aplicar o seu programa eleitoral”. “Não foram as propostas constantes do relatório do FMI que Passos Coelho prometeu aos portugueses”, disse, sublinhando que os socialistas “não têm preconceitos contra o Estado ocial”.

O primeiro painel das jornadas, Por Uma Educação Moderna e Solidária, começou a ser debatido em Viseu com a presença de António Sampaio da Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, e Francisco Assis, ex-líder da bancada parlamentar do PS.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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