Academia de Hollywood deixou escapar nomeação de estilista de Django Unchained?
Uma página involuntariamente publicada no site oficial dos Óscares sugere que a criadora do guarda-roupa do western de Tarantino estaria nomeada para uma estatueta. A notícia foi avançada pela Vanity Fair, mas talvez seja ainda cedo para Sharen Davis escolher o vestido que usará na passadeira vermelha…
Esta é, pelo menos, a convicção da revista Vanity Fair, que descobriu a página, entretanto removida do site, e entrevistou a colaboradora de Quentin Tarantino depois de a ter informado da boa nova.
A página original, reproduzida na Vanity Fair, dizia: “Esta é a terceira nomeação de Sharen Davis, que tinha sido anteriormente nomeada por Dreamgirls (2006) e Ray (2004)”. A página esteve pouco tempo em linha (na sexta-feira, dia 4) e foi substituída por um inócuo anúncio a lembrar que “as nomeações serão anunciadas no dia 10 de Janeiro de 2013”. Mas o endereço da nova página mantém uma referência ao filme de Tarantino, o que parece confirmar ter mesmo havido uma involuntária fuga de informação. A informação em causa é que, como se verá adiante, poderá não ser fidedigna.
“Ó meu Deus!, nem sequer perdi peso”, exclamou a designer Sharen Davis quando a Vanity Fair a informou de que estava nomeada para um Óscar para o melhor guarda-roupa pelo seu trabalho para Django Unchained, um olhar sobre o período da escravatura que irritou alguns, como o realizador Spike Lee, mas que convenceu a generalidade dos críticos e está a ter assinalável sucesso comercial nos Estados Unidos. Davis confessou à revista que já tinha ficado surpreendida quando Tarantino a convidou para desenhar o guarda-roupa de Django Unchained. “Têm a certeza de que querem a rapariga que desenhou as roupas de Dreamgirls?”, diz ter perguntado quando foi contactada pelo realizador.
Explicando que não aprecia filmes violentos, mas que a sua admiração por Tarantino a levou a aceitar o desafio, Davis contou à Vanity Fair como foi trabalhar com o realizador. Uma tarefa que se tornou amis simples, diz, quando percebeu que Django Unchained “é um filme de época dentro de um filme de época”, já que a acção decorre “antes da Guerra Civil”, mas “é na verdade um western spaghetti”, género associados aos anos 60 e 70.
Se não parece haver dúvidas de que a página que chamou a atenção da Vanity Fair foi colocada em linha por erro, é já bastante menos claro que se deva concluir que Davis será mesmo nomeada. Uma fonte da Academia de Hollywood citada pela revista on line Atlantic Wire explica que são criadas páginas para “todos os possíveis nomeados”, e que o aconteceu é que uma delas foi colocada em linha por engano.
E há um bom argumento em favor desta explicação: problemas no sistema informático usado na recolha de votos para as nomeações levaram a Academia a prolongar o prazo de votação, que só terminou no dia 5, ou seja, já depois de a suposta fuga de informação ter estado em linha. O que não quer dizer que Sharen Davis não venha, de facto, a ser nomeada, mas apenas que o deslize da Academia não terá constituído uma verdadeira fuga de informação