Luís Filipe Vieira: “Até hoje, não me arrependi de contratar Jorge Jesus”
Presidente do Benfica diz que a situação do clube no pós-Vale e Azevedo “não tem comparação” com a do actual Sporting.
Vieira admite que o afastamento da Liga dos Campeões “complica as contas” e mostra estar de acordo com as regras do fair play financeiro: “Não vejo qualquer problema em que haja regulação no sentido de impedir que os clubes gastem mais do que o que conseguem receber.”
Já sobre a intenção da UEFA de proibir a posse partilhada dos passes de jogadores, o presidente do Benfica admite é uma medida prejudicial para os clubes nacionais. “Estaria de acordo em limitar os fundos que ninguém conhece e cuja origem é muitas vezes duvidosa. Não tenho dúvidas em afirmar que se trata de uma medida discriminatória, pouco sustentada, meramente política e contra os países mais pequenos e que têm conseguido dar cartas na Europa. Acho que a UEFA devia reconhecer que há fundos e fundos.”
“Futuro assegurado”
“O futuro do Benfica está assegurado. Temos um activo que supera o passivo e temos sobretudo um activo que, por razões de prudência, não pode ser reconhecido no balanço, mas que existe e que tem a ver com o real valor dos nossos jogadores. Ou seja, o nosso activo real é bem superior ao passivo exigível e isso é o que nos garante o futuro”, afirmou Luís Filipe Vieira.
Sobre o facto de ser o presidente que há mais tempo está à frente do Benfica, Vieira diz que o projecto que trouxe para o clube “ainda não está concluído”. “Já muito foi feito, mas continua sempre a haver novos desafios”, vincou.
Uma matéria que tem merecido atenção especial do presidente do Benfica são os direitos televisivos. “O Benfica não está contra o princípio de centralização dos direitos televisivos. Pelo contrário, até acreditamos que essa pode ser uma boa solução para o futuro do futebol nacional, desde que os critérios de distribuição de verbas sejam mais justos e, sobretudo, desde que sejam garantidos os princípios de uma livre concorrência entre candidatos a ficar com esses direitos”, explicou o dirigente.
Sporting “ainda não pagou” estragos do incêndio na Luz
A situação do Sporting também foi assunto na entrevista do presidente do Benfica a A Bola. “As crises podem ser oportunidades, depende da vontade e da capacidade de quem enfrenta as crises”, disse Vieira, acrescentando: “O Benfica pós-Vale e Azevedo, do ano 2000, não tem comparação com este Sporting. Estava bem pior e, no entanto, conseguimos recuperar.”
Os estragos do incêndio provocado por adeptos do Sporting no Estádio da Luz, em Novembro de 2011, ainda estão por pagar, queixou-se Luís Filipe Vieira: “Já lá vai mais de um ano. Isto, sim, é um problema sério que deveríamos resolver, o tempo que demora a justiça desportiva”. E sobre o não adiamento do Sporting-Benfica de Dezembro passado, Vieira disse que “[Godinho Lopes] apenas enviou o SMS quando a Liga já tinha comunicado a decisão de manter o jogo para o dia e hora que estava agendado.”