Portugal tem “muito trabalho a fazer” para melhorar serviços de águas residuais
Entidade que regula os serviços de águas e resíduos defende que é preciso investir na renovação e na reabilitação de sistemas.
“No saneamento de águas residuais, o país tem ainda um caminho maior a percorrer, pois não temos a cobertura da população que queremos, [embora já estejamos] próximos”, disse o presidente da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), referindo-se ao tratamento de águas residuais e ao seu lançamento na natureza.
Jaime Melo Baptista diz ser preciso “algum investimento complementar e essencialmente uma melhoria de procedimentos operacionais que se traduzam em melhor eficiência no tratamento, com menor impacto ambiental”.
Para atingir os níveis desejados, falta chegar a cerca de 10% da população, segundo o responsável, “o que implica algum investimento que não é só o inicial, em obras, mas essencialmente em renovação e reabilitação de sistemas”.
Quando questionado acerca do valor dos investimentos necessários, Melo Baptista respondeu que, “para ter estimativas adequadas, é necessário ter um bom conhecimento do estado dos sistemas”, por isso, está a ser realizado um levantamento sobre a qualidade de serviços de todos os operadores de águas, águas residuais e de resíduos.
Este trabalho vai permitir saber, pela primeira vez, quais os níveis de eficiência dos serviços prestados, o estado das infra-estruturas, a adequação de consumos energéticos e outros parâmetros para “avaliar os investimentos necessários para melhorar o sector”.
Assim, 2012 e 2013 são “anos importantes” para ter, com rigor, o quadro de cada município do país no que respeita à situação do saneamento e “do que temos de fazer para melhorar os serviços de 386 operadores”, explicou o presidente da ERSAR.
Melo Baptista referiu ainda que a qualidade de água fornecida aos consumidores é de boa qualidade e o objectivo para 2013 é atingir “um valor de água segura de 99%”, a meta definida no Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais que termina no próximo ano.
Na área dos resíduos Portugal “tem já um excelente desempenho, com a cobertura praticamente total do país em termos de recolha e adequado tratamento, processamento e valorização” do lixo, acrescentou.
A situação dos operadores de gestão de resíduos em alta está estável, “com grandes unidades de valorização”, e a ERSAR vai focar a sua atenção na revisão dos modelos de regulação económica, incluindo tarifas mais adequadas ao actual contexto, e analisar a qualidade do serviço em baixa.