“2013 vai ser pior do que 2012”, diz Marcelo Rebelo de Sousa
Cortes orçamentais serão mais sentidos no próximo ano, defende o comentador e conselheiro de Estado.
O antigo líder do PSD defendeu no seu comentário semanal da TVI que a crise económica será mais sentida em 2013, com a aplicação do Orçamento do Estado, que prevê ainda mais cortes e, sobretudo, um enorme aumento de impostos.
“O país vai estar muito irritado economicamente, vão existir alguns ataques cardíacos”, disse o professor, lembrando os cortes orçamentais previstos e o agravamento fiscal para o próximo ano. Para Marcelo Rebelo de Sousa as previsões não são de melhoria a nível económico e social. No entanto, o comentador não acredita que possa acontecer um 2013 uma crise política.
“Não haverá espaço para crises políticas e governamentais”, acrescentou Marcelo, explicando a importância que o Presidente da República terá durante o próximo ano. “Cavaco Silva terá um papel crescente em termos de moderação porque 2013 será pior do que 2012.”
Quanto à posição de Paulo Portas no Governo, Marcelo acredita que se manterá ao nível deste ano. “O CDS nunca será um aliado incondicional do PSD mas também nunca romperá prematuramente”, defendeu Marcelo.
Em jeito de balanço do ano, o professor diz que 2012 fica marcado pela crescente divisão em Portugal, como se existissem dois países . Há o Portugal visto pelo Governo e o Portugal visto pelos Portugueses, argumentou. O Governo vê o que corre bem e aplica as reformas estruturais e orçamentais com optimismo, ao passo que os portugueses as recebem com pessimismo. “O que os portugueses vêem é que o défice falhou, o desemprego aumentou, foi adiada a média de crescimento para 2014, o Orçamento foi um sarilho para pôr de pé”, destacou Marcelo, defendendo que o ideal para 2013 era que estas duas visões se aproximassem.
Como figuras do ano, o antigo líder do PSD destacou a nível internacional o presidente norte-americano Barack Obama, reeleito este ano, e a chanceler alemã Angela Merkel, “porque manda na Europa”.
A nível nacional, Marcelo Rebelo de Sousa elegeu novamente Merkel por “mandar na nossa vida". “A troika é a Merkel, a Merkel é a troika”.
Logo depois, apontou como figuras do ano em Portugal o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, “que é quem manda cá dentro por conta da troika”, e os próprios portugueses.