FCCN vai ser integrada na Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Pedro Veiga, presidente da Fundação para a Computação Científica Nacional, discorda da solução e diz-se "estupefacto".
A decisão foi tomada em conselho de ministros na semana passada e suscita críticas por parte do presidente da Fundação para a Computação Científica Nacional.
Pedro Veiga afirmou estar “estupefacto” com a integração, por esta ter sido "das fundações mais bem avaliadas" no processo de avaliação feito pelo Governo. E argumenta ainda que a Fundação para a Ciência e a Tecnologia é uma entidade financiadora (responsável pela atribuição de bolsas de investigação) sem as competências para assumir a missão da FCCN.
Pedro Veiga já propôs ao Ministério da Educação e da Ciência (MEC) que a gestão do domínio .pt não fique sob a alçada da FCT, mas passe antes para a responsabilidade da ISOC Portugal, uma associação sem fins lucrativos para a promoção do desenvolvimento da Internet. Trata-se da divisão portuguesa da associação internacional Internet Society e integra na direcção o presidente da FCCN.
Já o MEC explicou que a integração da FCCN faz parte das alterações à sua lei orgânica, cujo diploma será publicado até ao final do mês e produz efeitos a partir de 31 de Dezembro. Só em Janeiro sairá o diploma próprio que estabelece os moldes da integração.
Pedro Veiga diz ainda temer um êxodo dos actuais funcionários. A FCCN emprega 75 pessoas, 40 das quais são engenheiros (e 15 afectas à gestão do domínio .pt)."O medo que tenho é que estas pessoas desapareçam, que se vão embora".
O PÚBLICO não conseguiu obter respostas do presidente da FCT, Miguel Seabra, sobre os moldes da integração. A assessora daquela fundação, Ana Godinho, garantiu que as equipas das duas estruturas já estão a trabalhar em conjunto na transição, embora ainda numa fase muito inicial.