Nuno Santos pede a Assunção Esteves que se pronuncie sobre protecção de quem depõe na AR

Ex-director de informação da RTP justifica saneamento político de que diz estar a ser alvo com o seu não alinhamento com o actual Executivo

Foto
Nuno Santos diz ser alvo de um julgamento sumário" Enric Vives-Rubio

Em conferência de imprensa, em Lisboa, Nuno Santos afirmou: “Daqui lanço um apelo à senhora presidente da Assembleia da República para que se pronuncie, não sobre mim ou sobre este caso em concreto, mas sobre a protecção de que devem gozar cidadãos chamados a depor nas comissões parlamentares.”

O ex-director de informação, que foi depor na quarta-feira passada à comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, afirmou que “mediu cada palavra” que utilizou e reiterou que foi alvo de “um julgamento sumário” por parte do Conselho de Administração da RTP.

“Aquilo que cada um de nós diz, nessa condição de cidadãos, perante as comissões não pode ser condicionado à partida, com medo das represálias que possamos sofrer por alguém poder ver nessas declarações delito de opinião”, disse.   

Segundo Nuno Santos, o Conselho de Administração da RTP entendeu que as declarações prestadas pelo ex-director de informação da configurariam uma “grave infracção disciplinar” e “violação do dever de respeito”.

Nuno Santos afirmou ainda que está “proibido” de entrar nas instalações da RTP e, consequentemente, de trabalhar. Para justificar o “saneamento político” que reiterou estar a ser alvo, invocou o seu não alinhamento com o poder político. Nuno Santos justificou que “nos últimos dois meses” houve um incómodo crescente do poder político face à informação que estava a ser produzida na RTP, mas que esse desconforto já era visível nos últimos meses em que esteve à frente da direcção de informação.  

"Caiu a máscara ao presidente da RTP", começou por afirmar Nuno Santos. E justificou: "Esse despedimento, que se segue à minha demissão por razões políticas, estava preparado, de acordo com todas as informações que recolhi, antes da minha ida à comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação da Assembleia da República."

Sugerir correcção
Comentar