Jonas Mekas serpentino

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Mekas, Jonas Mekas, o lituano nova-iorquino à beira de completar 90 anos (na próxima véspera de Natal), dito o “padrinho da avant-garde americana”, um dos principais dinamizadores do pequeno universo underground da Nova Iorque de 60 e 70, e hoje também um dos seus mais activos sobreviventes. A nossa percepção dessa avant-garde não seria a mesma sem ele e sem o seu trabalho — o seu trabalho de crítico (na Film Culture), o seu trabalho de cineasta, o seu trabalho de “padrinho” (dizia-nos quando esteve em Lisboa para o DocLisboa de 2009 que gosta mais de mostrar a obra de outros do que a sua própria), o seu trabalho de arquivista (foi um dos fundadores do Anthology Film Archives, cinemateca-catedral do cinema experimental).

Em três sítios divididos entre Paris e Londres, esse trabalho é agora “retrospectivado” durante os meses de Dezembro e Janeiro. O lugar central, a julgar pelas descrições, é a londrina Serpentine Gallery, da qual Mekas tem sido especial “parceiro” desde há alguns anos. Um grande exposição, que inclui filmes, memorabilia, stills, gravações sonoras, instalações — no que parece ser uma perfeita recriação da “mekaslândia” —, abriu anteontem naquela galeria, onde fica até 27 de Janeiro próximo.

O próprio Mekas andará por lá, para seminários e “acontecimentos” (inclusive musicais: talvez canções lituanas, como em Sleepless Nights Stories) para que foram convocados os seus “amigos” (que são muitos: Mekas é, basicamente, amigo de toda a gente). Enquanto isso, o British Film Institute, à beira do Tamisa, passa-lhe os filmes nas suas salas, e em simultâneo promove um pequeno tributo à colecção do Anthology (algo que, com sorte, talvez possamos ver acontecer em certa e determinada sala lisboeta, para o ano). E, em Paris, até 7 de Janeiro, o Centro Pompidou organiza outra retrospectiva (filmes, vídeos), em que Mekas entra em “correspondência” com o espanhol José Luis Guerín, a partir de um filme “epistolar” feito recentemente por ambos.

Sorte londrina, sorte parisiense.

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