Surto de dengue está a regredir na Madeira, garante ministro da Saúde

Número de novos casos de infectados pelo mosquito registou um decréscimo consolidado de menos 35% nas três últimas semanas.

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Paulo Macedo diz que “A Madeira é um destino para onde se pode viajar sem restrições” Foto: Enric Vives-Rubio

 

“A Madeira é um destino para onde se pode viajar sem restrições”, frisou Paulo Macedo, no final de uma visita à ilha, para avaliar o trabalho desenvolvido no combate ao surto. “A Madeira é um destino mais seguro do que outros que também têm dengue”, acrescentou o ministro, reiterando conclusões de autoridades sanitárias nacional e europeia, para tranquilizar os agentes turísticos preocupados com os cancelamentos de reservas por este motivo.

“Caminhamos para o fim deste surto”, assegurou também o secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos, que agradeceu a colaboração e solidariedade do Governo da República no combate ao mosquito-vector. “Neste momento, não está ninguém hospitalizado com febre de dengue e não há a lamentar nenhum óbito desde o início do surto”, frisou o governante madeirense, revelando que o número de casos até agora notificados “ficou muito abaixo dos cinco mil previstos”.

Com um total de 2005 casos de dengue cumulativamente notificados, desde 3 de Outubro até à passada sexta-feira, a evolução epidemiológica regista, pela quarta semana consecutiva, um decréscimo no número de novos casos. Do máximo de 315 novos prováveis doentes reportados a 16 de Novembro, baixou nas semanas seguintes para 219 e 102, tendo sido notificados apenas 49 na semana passada.

“Mas não é pelo facto de haver um decréscimo que as medidas de combate vão abrandar”, garantiu Paulo Macedo, que anunciou estar em preparação um plano estratégico para evitar que o surto alastre ao continente. Excluídas as três dezenas de casos notificados em cidadãos portugueses com história de estada prévia na ilha da Madeira, todos os anos há uma importação de 25 a 30 casos de dengue, particularmente proveniente do Brasil e Venezuela, adiantou o secretário de Estado adjunto do ministro, Fernando Leal da Costa

No final de reunião de trabalho no aeroporto da Madeira, Leal da Costa, ressalvando que não estava na Madeira “numa operação de charme, afirmou que o combate ao mosquito Aedes aegipty na região estava a ser “exemplarmente bem feito”, tendo merecido elogios dos técnicos do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças que se deslocaram ao arquipélago.

Além das sessões de trabalho nas quais participaram o ministro da Saúde, Paulo Macedo, o secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos, o director-geral da Saúde, Francisco George, e técnicos do Instituto de Saúde da Madeira, a comitiva ministerial observou o funcionamento de armadilhas de mosquitos no porto do Funchal, em Santa Luzia e no aeroporto. O programa da primeira visita de Paulo Macedo à Madeira, como ministro, incluiu um almoço com o presidente do governo regional, Alberto João Jardim, na residência oficial da Quinta Vigia.

Depois do almoço, Jardim afirmou que o surgimento da dengue no arquipélago foi "instrumentalizado” para prejudicar a região. E, sobre a visita do ministro, relevou que o "efeito prático que tem para a Madeira é desmistificar a mistura de questões políticas com questões muito sérias que, mais uma vez, também a propósito disto se tentou fazer".
 
 

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