Passos promete lutar por fundo europeu de garantia de depósitos
Oposição ataca primeiro-ministro, acusando-o de não defender os interesses portugueses.
Esta sexta-feira, a Assembleia da República debateu a política comunitária a propósito do Conselho Europeu a realizar-se durante os próximos dias 12 e 13. Passos Coelho anunciou não ser sua intenção bloquear a união bancária, embora tenha aproveitado para defender que pretendia que a Europa fosse mais longe.
"O Governo português tem-se batido, e continuará a bater-se, para que exista também um fundo europeu de garantia de depósitos. Não iremos bloquear todo o projecto de união financeira se esse dado não for já adquirido, mas bater-nos-emos por ele e achamos que ele é indispensável para que haja efectividade no funcionamento deste novo mecanismo", afirmou Pedro Passos Coelho.
A reacção da oposição foi virulenta. “Quando o primeiro-ministro vem dizer que este é um grande momento e que finalmente a união económica e monetária vai ser completada e vai ter dimensão económica, nós não temos essa certeza porque não acreditamos na convicção das suas palavras e na convicção das palavras dos lideres europeus”, disse o secretário-geral do PS, António José Seguro, depois de elencar o conjunto de “medidas concretas” em atraso na Europa. “Não existe vontade política para adoptar [medidas concretas] por razões ideológicas e por resignação”, rematou.
O comunista Jerónimo de Sousa, alertou para a perda de soberania nacional. “Até onde este Governo estará disposto a abdicar dos interesses nacionais? Até onde está disposto a apoiar neste Conselho Europeu os novos passos que se preparam para fixar em centros de decisão comandados pelo capital transnacional a condução da nossa política económica e orçamental, a supervisão federalista, as sanções sobre quem queira afirmar a soberania e os interesses nacionais?”, questionou.
Ana Drago, do BE, foi mais assertiva. “O senhor tem de ser afastado”, disse a deputada depois de se perguntar sobre “quem é que o senhor [Passos Coelho] e por quem é que se bate” nas reuniões do Conselho.
Heloísa Apolónia, dos Verdes, concretizou, de acordo com a oposição, por quem é que o primeiro-ministro não se batia. “Falou dos grandes, mas não falou das pessoas.”