É um retrato irónico da sua vida e da sociedade portuguesa. A partir de hoje, dia 7, e até ao dia 31 de Dezembro é possível ver na Associação Cultural Mercado Negro, em Aveiro, “Eu Sou o Maior/Eu Sou uma Merda”, exposição da autoria de Xavier Almeida. Pela primeira vez vai apresentar uma série de cadernos que reúnem uma mistura de ilustrações, desenhos e bandas desenhadas.
"É uma obra quase autobiográfica", contou ao P3 Xavier Almeida. São cadernos. São os seus cadernos "com temáticas variadas” e onde está impresso o seu cunho criativo numa “estética descomprometida caracterizada por ironias, muitas das vezes um tanto agressivas” sobre a sua vida e sobre a forma como pensa a sociedade.
Por isso mesmo, o título escolhido para a exposição tem um propósito muito claro: ser o reflexo da mentalidade portuguesa. “A nossa sociedade ainda tem alguns problemas em estar em harmonia e em sentir-se bem com ela própria”, destaca Xavier Almeida.
As inspirações vão e vêm. As fontes? O quotidiano e o comportamento das pessoas. Depois tenta interpretá-las com uma “reviravolta satírica” através do papel, mas claro “nunca com a intenção de magoar as pessoas propositadamente”, esclarece.
Um dos destaques vai para um caderno que conta as experiências que Xavier Almeida teve numa viagem à Cidade Livre de Christiania (Dinamarca) e para a "Novela Pornográfica" que fez para o festival Milhões de Festa, um caderno que chegou a ser eliminado do Facebook pelos seus “desenhos agressivos”.
Da exposição farão parte, ainda, cadernos como "História Em Que O Autor Apaga A Própria História", "O Pai Natal Não É Fascista", um conto “satírico-natalício”, o caderno "Eu Sou O Maior", que deu o nome à exposição, e o livro de frases e citações de Tim Maia, produzido por Xavier Almeida para a comemoração do 70º aniversário promovido pela editora Luaka Bop, entre outros.
Um dos últimos trabalhos de Xavier Almeida chama-se “People with Big Noses”, uma obra onde os protagonistas são pessoas com nariz grande.