Tzipi Livni cria novo partido centrista em Israel

Antiga ministra dos Negócios Estrangeiros israelita tinha saído da política após derrota nas primárias para a liderança do Kadima, o maior partido da oposição.

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Tzipi Livni anunciou a criação de um novo partido, hoje em Telavive Nir Elias/REUTERS

 Livni, que perdeu a luta pela liderança do Kadima há sete meses e se demitiu do Parlamento em Maio passado, disse que decidiu voltar a envolver-se na política partidária por causa da sua oposição à gestão do dossier palestiniano pelo Governo (de direita) de Benjamin Netanyahu.

Na conferência de imprensa convocada para anunciar a criação do seu novo partido, simplesmente chamado “o Movimento”, Livni teceu duras críticas ao primeiro-ministro e à recente ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza, que considerou um fracasso.

“Foi tudo ao contrário. Hoje é muito claro que o Hamas [o partido islamista que governa Gaza] não foi enfraquecido militarmente e saiu reforçado politicamente”, observou.

Tzipi Livni, de 54 anos, chamou para a sua nova causa o seu núcleo de colaboradores e antigos conselheiros do Kadima, e outras personalidades de projecção nacional como o general Yitzhak Ben Israel e o antigo embaixador de Israel em Paris, Danny Shek.

O novo partido nasce menos de dois meses antes das próximas eleições legislativas, marcadas para 22 de Janeiro de 2013.

Na segunda-feira, o ministro da Defesa, Ehud Barak, pôs fim à sua longa carreira política. O antigo líder do Partido Trabalhista, que se aliou ao Governo de Netanyahu, disse que vai cumprir o mandato até ao fim e reformar-se após as eleições.

A carreira política de Tzipi Livni começou no Likud, o partido de Netanyahu. Em 2005, a advogada aderiu ao movimento criado por Ariel Sharon, fundador do Kadima, e quatro anos mais tarde ascendeu a líder do partido, substituindo Ehud Olmert que se demitira na sequência de um escândalo de corrupção.

Livni assumiu vários cargos ministeriais nos governos de Ariel Sharon e Ehud Olmert, e foi a face da diplomacia israelita entre 2006 e 2009, altura em que se tornou a líder da oposição.

É uma acérrima defensora da chamada “solução de dois Estados”, que prevê a convivência de Israel e da Palestina enquanto nação soberana, mas também é pela manutenção dos colonatos judeus nos territórios ocupados da Cisjordânia.

“O actual Governo acaba de negociar com o Hamas, responsável por ataques contra Israel, mas congelou todo o diálogo com aqueles que se esforçam por impedir mais atentados”, lamentou, referindo-se ao impasse das negociações com a Autoridade Palestiniana e a Fatah do Presidente Mahmoud Abbas.

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