Presidente egípcio ameaça dar "passos pouco habituais" face à ofensiva israelita em Gaza
Mohamed Morsi usou a sua conta no Twitter para garantir que o Egipto irá "parar esta agressão brutal”. Segundo uma citação do jornal Al-Shorouk, o Presidente afirmou "temos o poder para acabar com a agressividade tal como acabámos com a exploração.
Depois de três dias da operação “Pilar de Defesa” e de mais uma noite marcada pelo fogo cruzado, Israel chamou 16 mil militares reservistas, o que faz pensar na possibilidade de uma operação terrestre em Gaza.
Por uma questão de respeito para com uma visita esta sexta-feira a Gaza do primeiro-ministro do Egipto, o Governo de Benjamin Netanyahu tinha-se mostrado disponível para uma curta trégua de três horas. O que não veio a acontecer. Os raides aéreos na Faixa de Gaza sucedem-se, referem as agências internacionais de notícias.
O objectivo da visita de Qandil é mostrar a sua solidariedade para com o Governo do Hamas e deixar uma mensagem a Israel que a cumplicidade vivida nos dias de Hosni Mubarak está prestes a terminar, noticiava a BBC. A visita acontece depois de uma das noites mais violentas, com quase 150 alvos atingidos na madrugada e pelo menos 11 rockets disparados de Gaza, com dois mísseis a chegar à area metropolitana de Telavive, falhando qualquer alvo mas fazendo soar as sirenes de alarme pela primeira vez desde a guerra no Iraque de 1991. Esta sexta-feira novo míssil fez soar de novo o alarme.
A comunidade internacional tem pedido um fim da escalada de violência. A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu ao Egipto que use a sua influência sobre o Hamas, movimento considerado discípulo da Irmandade Muçulmana no Egipto . Merkel culpou os islamistas palestinianos pela violência.
Já o primeiro-ministro do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, pediu aos "irmãos egípcios" ajuda para "deter o inimigo".
Outro dos países da chamada "Primavera Árabe", a Tunísia, anunciou já o envio, no sábado, do seu ministro dos Negócios Estrangeiros a Gaza para se manifestar contra a "agressão bárbara" de Israel.
Sinais de possível ofensiva terrestreAo todo, os últimos balanços apontam pelo menos 18 palestinianos mortos (entre os quais cinco crianças) e três israelitas perderam a vida com as iniciativas palestinianas, desde o início da operação “Pilar de Defesa”, lançada por Israel na quarta-feira. Entre os mortos está o chefe da ala militar do Hamas, Ahmed al-Jabari, que foi assassinado num ataque da aviação de Israel, e que pouco depois anunciou ter desencadeado uma operação militar contra os grupos armados na Faixa de Gaza.
Jabari é o mais alto dirigente do movimento islamista a ser abatido pelas forças israelitas desde a operação “Chumbo Endurecido”, vasta ofensiva terrestre lançada pelo Exército do Estado hebraico no final de 2008. Tal como agora, o objectivo era pôr fim ao disparo de rockets lançados de Gaza contra território israelita – após um período de acalmia, voltaram a repetir-se nas últimas semanas.
Este é mais um sinal de que o conflito israelo-palestiniano caminha novamente para um cenário de guerra, tal como o facto de as Forças Armadas de Israel terem recebido luz verde para chamar 30 mil reservistas, sendo que pelo menos 16 mil militares na reserva já começaram mesmo a ser chamados. Um cenário que está a ser comparado ao da última grande operação que ocorreu em Gaza em 2008 e que incluiu uma grande ofensiva terrestre. Na altura, tal como agora, o país estava em véspera de eleições. O escrutínio está marcado para 22 de Janeiro.
Notícia actualizada às 16h20