Porque falham as adaptações dos videojogos ao cinema?

Os realizadores querem deixar a sua marca pessoal nos filmes e, por isso, transformam-os em algo distinto do conteúdo original do videojogo

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Os jogos adaptados ao cinema, normalmente, falham no alcance do sucesso. Contudo, existem algumas excepções. Não é absoluto que todas as adaptações falhem no seu propósito; a relação entre os filmes que conseguem captar a essência do jogo e os que ficam aquém do seu objectivo é desproporcional.

Certamente, este será um assunto que colocará interrogações na mente de cada um. Se um determinado videojogo ganha destaque na indústria e consegue alcançar um grande número de jogadores, é natural que uma produtora de cinema pretenda fazer o filme baseado nesse jogo.

Talvez o mais normal seria produzir o filme de acordo com o que está presente no videojogo, mas, geralmente, isso não acontece. Alguns conflitos entre as produtoras dos videojogos e as produtoras cinematográficas levam a que alguns filmes tenham de ser alterados no seu propósito, tais como "Silent Hill" ou "Resident Evil". Estas contendas poderiam ser resolvidas com a entrada dos produtores do videojogo na produção do filme. Desse modo, poderíamos desfrutar de um universo imersivo tal como acontece no jogo.

Os realizadores querem deixar a sua marca pessoal nos filmes e, por isso, transformam-os em algo distinto do conteúdo original do videojogo. A “necessidade” de marcar a diferença prejudica o filme na comparação ao universo do videojogo; o filme "Resident Evil" incorpora personagens que nunca existiram no jogo e a história não é a mesma. O filme "Doom" é completamente diferente do videojogo: no cinema, os humanos transformam-se em mutantes, enquanto no jogo as portas do inferno são abertas. Esta foi uma discrepância enorme que levou o filme a ser muito criticado. Outro exemplo é a conversão de "Max Payne" para o cinema. O filme não consegue ter a mesma ambiência e a história tem diversas falhas e eventos que não são explicados. E nem é necessário falar na adaptação de Dragon Ball…

É compreensível a tentativa de fazer algo distinto que vá para além da mera adaptação dos videojogos ao cinema, mas é necessário manter os fundamentos que tornaram esses jogos um sucesso na indústria. O que não se percebe facilmente é a recusa em pelo menos tentar incorporar esses elementos no filme, nem que se possa recorrer à produtora do videojogo. É certo que muitas pessoas desfrutaram dos filmes mencionados, mas quando são comparados com aquilo que lhes deram origem, ficam muito aquém das expectativas.

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