Angela Merkel já chegou a Portugal
A governante alemã teve uma audiência de cerca de meia hora com o Presidente da República, Cavaco Silva. Angela Merkel prometeu declarações aos jornalistas para mais tarde, como está previsto no programa.
A conversa com Cavaco Silva decorreu em inglês. A chanceler apenas chamou a tradutora enquanto se encontravam na sala pessoas estranhas à reunião. Quando todos saíram, a tradutora também foi dispensada e Angela Merkel e Cavaco Silva falaram em inglês.
Merkel seguiu depois para o forte de São Julião da Barra, onde participa num almoço de trabalho.
Protestos à chegada
Com os acessos ao aeroporto da Portela cortados havia mais jornalistas do que curiosos ou manifestantes.
À passagem de uma comitiva, um dos manifestantes mostrou um cachecol a dizer "Portugal", "para ela saber que Portugal não é lixo", disse Luis Henriques. É a primeira vez que o motorista de 42 anos se manifestava contra a vinda de um líder estrangeiro. "Ficava feliz se lhe desse o cachecol, que lá está muito frio", ri-se. Agora a sério, "gostava que pensasse no que os portugueses estão a passar". Luís tem trabalho, mas sublinha que "a cada dia uma pessoa se deita sem saber se tem trabalho na manhã seguinte."
Alguns carros passaram, grande comoção entre os jornalistas que faziam directos. "Aí está, aí está - não ainda não é". Chega a informação de que a comitiva da chanceler não vai passar já pela porta onde estão todos à espera. Saem carros, vidros fumados. Parece que a chanceler já não vai ver mesmo o cachecol de Luís Henriques.
Junto ao Palácio de Belém, muitos agentes das forças de segurança e muitas ruas fechadas ao trânsito esperam a chegada da chanceler alemã.
Segurança reforçada
O perímetro de segurança à volta da residência oficial do Presidente da República está muito mais alargado do que numa visita normal de um chefe de Estado estrangeiro. Mesmo os profissionais de comunicação social que precisam de se dirigir ao Palácio para trabalhar e que se deslocam de transporte público não podem chegar à rua de Belém situada em frente à residência oficial. Para lá chegar só a pé.
Quem passa por Belém depara-se com um polícia a cada cinco metros. Ninguém está autorizado a passar as vedações para o Palácio Nacional de Belém e o Centro Cultural de Belém só pode ser visto ao longe, já que o perímetro ocupa, segundo fonte policial, aproximadamente sete estádios de futebol.
À espera de Angela Merkel estavam cerca de 30 manifestantes, que gritam: “Está na hora da Merkel se ir embora.” No local estão alguns membros do grupo Anonymous, com a cara tapada por máscaras. Várias pessoas envergam cartazes e um homem tem na mão dois fantoches de Passos Coelho e da chanceler alemã. Um grupo de pessoas segura um cheque alemão gigante segurado por balões negros, que se vêem a muitos metros de distância.
Notícia actualizada às 13h35